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Ler por aí

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04
Mar25

Wind and Truth, de Brandon Sanderson

Patrícia

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Depois de 4 anos à espera do anunciado final do primeiro arco desta história, abro já as hostilidades para dizer que foi uma desilusão.

As expectativas são sempre lixadas; o tempo (e não só) que investimos nesta série fazem com que a exigência seja maior.

Ora então vamos lá.

Este livro é chato, repetitivo no que não interessa e depois despacha assuntos importantes numa página. Há aqui uma enorme falta de edição. Até eu, que não percebo nada disso, o percebo. Este livro parece um draft: tem um potencial tremendo, mas parece em bruto (não quero imaginar antes da edição, se é que a teve), não está limado. Assim, por alto tem umas 300/400 página a mais. Não sei se foi um erro neste livro ou se o Sanderson está num patamar em que já não aceita conselhos editoriais ou se ninguém tem a coragem para lho dizer. Como fã dele espero que seja um caso único mas temo que não o seja.

“Journey before destination!” Sim, percebemos que a questão sempre foi a jornada, o crescimento de cada uma das personagens. Mas há limites para o credível. Um exemplo bastante simples: Kal e sua mudança de profissão. Sim, claro. Aliás, não vos consigo sequer transmitir o quão me irritava ler a palavra “terapeuta” neste livro. Teve o Wit (que sabe tudo) que lhe dizer que esse era o nome da profissão porque nós, leitores, somos demasiado burros para o perceber se não nos fosse explicado. E toda aquela jornada foi chata, já deitava estufado pelos olhos. Não era possível resolver aquilo em 10 dias, muito menos com aquela facilidade (considerando Szeth, Nale, Ishar e o próprio Kal). E não me façam falar do epílogo e do novo oath pact. Ah, e se até teria alguma piada ver a Jasnah a levar um banho de humildade, a forma como aconteceu deixou muito, mas muito mesmo, a desejar. Raios, até o Teravangian como Odium desiludiu com o que soubemos no epílogo.

Um parêntesis para dizer que a introdução de coisas como computadores no final do Tress (se não foi nesse foi noutro) é apenas ridícula. Eu não quero o meu mundo a deslizar para os livros de fantasia, eu gosto de fantasia precisamente porque me levam deste mundo para outro.

As múltiplas perspectivas deste livro cansaram-me. Nem sei se me lembro de todas mas: Szeth no passado, Szeth e Kal no presente, Shallan, Renarin e Rlain, Adolin, Venli, Dalinar, Jasnah, toda a história de Roshar, Odium, over and over again.

E por muito que eu goste de Cosmere (e acreditem, gosto) não havia espaço para tudo neste livro. O final do arco em Roshar tinha que ter preferência em relação a Cosmere; toda a história dos Ghostbloods se tornou irrelevante e, por conseguinte, a de Shallan também; Sja-Anat continua a ser um mistério e a busca por Ba Ado Mishram acabou por ser “muita parra e pouca uva” (sim, arco 2, blá, blá, blá). Aliás, custou-me ver que este foi mais um livro de preparação para o segundo arco que um final simpático do primeiro. A minha paixão por Cosmere tinha tudo a ver com o facto de ser um livro dentro de um livro mas agora parece que a história deste universo é a única que conta. E se a luta entre duas Shards vai acabar sempre da mesma maneira então para que raio vou continuar a ler isto? Já percebemos em Mistborn (Maravilhosa, Mistborn era 1), não precisamos de ter uma versão má da coisa.

E mesmo sendo enorme e tendo muita palha, houve imensas coisas pouco exploradas ou deixadas assim meio perdidas. A Lift (já sei, arco 2), por exemplo.

E porque raio o Sunlit man saiu antes deste livro? Spoiler alert. Um dos momentos que me deveria ter partido o coração transformou-se num “ok, no news here”.

Reparam que não falei sequer no Dalinar e na Navani?

Acho que a única coisa que me agradou mesmo foi a parte de Adolin. Gostei, pronto. Aliás, é impossível não gostar do Adolin deste o início da série. A relação dele com a Maya é maravilhosa e até do final deles gostei.  

Claro que me diverti ao ler muitas partes deste livro (uma menção para os narradores do audiobook, maravilhosos, que me ajudaram nesta provação. O Shallan, Shallan, Shallan, foi um dos meus momentos preferidos), no geral não fiquei complemente desagradada com o rumo da coisa, estive isto bem editado e poderia ser daqueles livros em que ia reclamar mas amar na mesma.

Bem, terei 6 anos para me esquecer disto e para fazer uma pausa nos livros do Brandon Sanderson. Com imensa tristeza.

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