um grão de areia de poder
Ando doente com o que se passa nos Estados Unidos em particular e no mundo em geral. Tenho a sensação (na verdade tenho a convicção) que estamos a assistir ao nascimento de uma ditadura (ou autocracia como agora se diz) e, claro, as perseguições a grupos minoritários ou teoricamente mais fracos estão na ordem do dia. E é tempo da Europa se impor e não depender tanto do outro lado do atlântico. Já se percebeu que não podemos confiar. E a Europa somos nós. A responsabilidade é nossa.
Enquanto mulher, espero que tenhamos a união necessária para enfrentar o que por aí vem, que não nos esqueçamos que temos o poder para parar esta gente. E sinto a responsabilidade de fazer a minha parte. Para começar decidi que iria deixar de dar poder a quem defende tudo aquilo que eu abomino. Uma das coisas que já fiz foi apagar o Instagram. E comecei a informar a minha gente que iria sair do Whatsapp e substituí-lo por outra app de mensagens (e há sempre o telefone e as sms). O deadline, imposto por razões familiares, é no próximo fim de semana mas tirei todas notificações, pus o icon da app numa página não imediatamente visível do telefone e só lá vou uma ou duas vezes por dia. Deixei de interagir em quase todos os grupos e no fim de semana, "adiós whatsapp, fomos muito felizes juntos mas passaste para o lado negro da força". Esta minha atitude não foi percebida por todos mas tive algumas boas surpresas - até de quem não esperava.
Mas não são apenas as redes sociais aquilo que quero mudar. Não tenho Teslas (aliás, não consigo achar piada a esses carros) mas há imensas coisas americanas que consumo e que estou paulatinamente a substituir.
O site https://www.escolho.eu/ veio dar uma ajuda. Nasceu há poucos dias e ainda está em construção, todos podem contribuir com sugestões.
Uma das coisas que mais tenho ouvido é "mas achas mesmo que isso serve de alguma coisa? que TU saíres vai causar alguma mossa?" e a minha resposta é apenas uma "É um grão de areia de poder a menos, eu sei, mas durmo melhor assim. Não posso ficar muito indignada com o que se está a passar e não fazer nada. Até porque eu não estou indignada. Eu estou mesmo f****a e recuso cruzar os braços".