05
Mai11
Tudo por Amor, Jodi Picoult (*** Spoiler alert***)
Patrícia
Nina Frost é delegada adjunta do Ministério Público, acusa pedófilos e todo o tipo de criminosos que destroem famílias. Nina ajuda os seus clientes a ultrapassar o pesadelo, garantindo que um sistema criminal com várias falhas mantenha os criminosos atrás das grades. Ela sabe que a melhor maneira de avançar através deste campo de batalha vezes sem conta, é ter compaixão, lutar afincadamente pela justiça e manter a distância emocional.
Mas quando Nina e o marido descobrem que o seu filho de 5 anos foi vítima de abuso sexual, essa distância é impossível de manter e sente-se impotente perante um sistema legal ineficiente que conhece demasiado bem. De um dia para o outro o seu mundo desmorona-se e a linha que separa a vida pessoal da vida profissional desaparece. As respostas que Nina julgava ter já não são fáceis de encontrar. Tomada pela raiva e pela sede de vingança, lança-se num plano para fazer justiça pelas próprias mãos e que a pode levar a perder tudo aquilo por que sempre lutou.
Não gostei especialmente deste livro. Tinha gostado bastante do “No seu mundo” e tive a oportunidade de ler este livro (emprestado e ainda bem) pelo que aproveitei logo. Desta vez as expectativas eram altas. Erro crasso.
Mais uma vez a autora pela num tema complicado e arranja uma história para nos fazer pensar. Nathaniel é um miúdo de 5 anos abusado sexualmente. A mãe é Procuradora-adjunta do Ministério Público e é especializada em acusar suspeitos de pedofilia. Nina ama o filho e quer protegê-lo, o que implica impedi-lo de testemunhar e ter de enfrentar o seu violador. Por isso Nina mata-o em pleno tribunal.
O livro não foca o que Nathaniel passou, nem a sua recuperação, nem os seus traumas. O tema do livro é, supostamente, o que podemos, devemos fazer por amor e quais as consequências disso. Mas basicamente a história foca o que Nina fez e o que foi preciso fazer para safá-la em tribunal. Só isto faz com que não o ache assim tão interessante. Mas a trama adensa-se e o que parece ser nem sempre é.
Se este tema fosse abordado de outra forma poderia ter-me feito pensar bastante. Temos padres pedófilos, temos coincidências absurdas (daquelas cuja probabilidade de acontecerem são ínfimas) que fazem com que um homem inocente seja acusado, temos erros gravíssimos que devem querer fazer-nos pensar duas vezes antes de agir, temos traições, dúvidas e muita, muita sorte.
Sinceramente preferia uma história mais “simples” sem tantas curvas mas que me permitisse, de facto, reflectir. Não aconteceu.
Ainda hei-de dar mais uma hipótese a esta escritora mas não devido a este livro.