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Ler por aí

Ler por aí

03
Ago24

Férias e livros

Patrícia

 

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Férias para mim são sinónimo de leitura. A verdade é que nunca fui grande fã de praia (já piscina é outra coisa) e nunca me lembro de ir para uma sem carregar um livro. Não sou uma grande companhia na praia ou na piscina ou em qualquer sítio de "descanso" porque gosto de estar "na minha" a ler. Habituei-me assim, as minhas companhias nestes momentos sempre foram leitores como eu ou pessoas que, não o sendo, apreciam o silêncio acompanhado. Sim, conversamos nas pausas da leitura e pouco mais. Gosto de ficar horas a ler, sem que me chateiem ou me pressionem para conviver. A minha definição de descanso implica mergulhar num livro. Quando era miúda sempre passei as férias grandes longe dos meus amigos mais chegados. Estudei longe de casa desde os meus 9 anos e voltava a casa nos fins de semana e nas férias grandes. Para ajudar à festa, a minha casa era numa aldeia, não havia grande coisa para fazer durante as horas de calor (por lá, os pais só nos davam autorização para ir laurear depois das 18h) e eu não sou do tempo das mil e uma séries de TV. E a verdade é que sempre dei mais valor aos livros que à televisão. Tivesse eu um daqueles livros que não conseguia parar e nada me arrancava de casa ou do programa de leitura. E a minha mãe já sabia que a minha recusa em ir brincar ou laurear tinha mais a ver com o livro em si que com qualquer tristeza ou falta de amigos... porque assim que acabava o dito lá ir eu voando para a rua. Ainda hoje fico extremamente frustrada se tenho que parar uma leitura a meio para fazer qualquer outra coisa, especialmente se estiver de férias. 

Não acho que existam livros de verão ou de férias ou seja lá o que lhes chamam. Pessoalmente gosto de ir variando. Mas acho que o momento ideal para ler calhamaços é quando temos tempo de sobra (a adolescência e as intermináveis férias de verão são perfeitas para os ler) mas ultimamente tenho escolhidos livros mais curtos para estes períodos. Resisto aos policiais que são de leitura rápida mas que me deixam sempre com um certo vazio no final. Não aquele vazio de saudade mas o sentimento de que estive a perder o meu tempo. Escolho-os quando preciso mesmo, mesmo, de esquecer a vida. Leio policiais por desespero, não por prazer (lembro-me que nas piores férias da minha vida despachei uns 6 em pouco mais de uma semana). 

Agora estou a ler a versão portuguesa do The Way of Kings, do Brandon Sanderson. Por cá ficou "O caminho dos reis" e confesso-vos que estou a lê-lo como se fosse a primeira e não a terceira vez. Este bichinho pesa mais de 1kg e ainda me vai matar quando me cair em cima mas está a dar-me um gozo do caraças voltar a Roshar. Escuso de vos dizer que é das melhores coisas de fantasia que já li e que recomendo. Percebo que para muitos é difícil um compromisso com uma série de fantasia, que são muitos livros, muitos grandes, muito tempo. Mas isto é tão bom... 

Eu sei que o livro é caro (comprei-o, sei exactamente o quão caro é) mas cada euro é bem gasto. E se tiverem filhos/as adolescentes e com tempo para gastar, é um bom investimento. E talvez os afaste um pouco dos telemóveis e internets desta vida. E se já passaram da adolescência, este tb é um livro para eles e para vocês, fantasia épica não é a mesma coisa que livros de aventuras. E este mundo é do caraças, o autor é conhecido pelo seu worlbuilding e tem uma legião de fãs. 

E porque eu gostava muito que a editora publicasse os outros (estão mais 4 escritos, o último dos quais será publicado no dia 06 de dezembro deste ano) e desconfio que isso só acontecerá se este vender decentemente. Se depender de mim, isso vai acontecer apesar de, tal como a maioria dos fãs de Cosmere, já o ter lido no orginal. 

09
Set16

The Way of Kings, de Brandon Sanderson

Patrícia

Screen Shot 2016-09-09 at 13.44.11.png

 

Quase dois meses depois fechei o The Way of Kings com um misto de saudade e de vontade de pegar no Words of Radiance, o segundo volume destes The Stormlight Archive. Para todos os que me seguem no Twitter é óbvio que adorei este livro. Os que me seguem no Goodreads talvez tenham ficado surpreendidos quando dei "apenas" 4 estrelas a este The Way of Kings e não 5. Deixem-me começar este post por explicar isso. 4 estrelas significam a esperança que algum(s) dos 9 seguintes volumes da saga ainda seja melhor que este. Se não for, então prometo que vou lá alterar para as 5 estrelas.

 

A saga Stormlight Archives, que se diz ir ter 10 volumes, é do género fantasia épica e apresenta-nos mais um mundo (Roshar) de Cosmere, o Universo que está paulatinamente a ser criado Brandon Sanderson. Depois de ter ficado completamente agarrada com a série Mistborn (The final empire, The wall of ascencion e The Hero of ages) decidi (muito por culpa da Diana) começar a ler o The way of Kings e, subitamente, vi-me envolvida numa mega saga da fantasia épica (Cosmere) que ainda mal entendo mas que quero muito desvendar e conhecer. E eu, que prefiro livros adhoc ou na pior da hipóteses séries terminadas, vejo-me a ler e a fazer planos para ler livros de séries que mal estão começadas e a não me chatear nem um bocadinho com isso. E como já devem der percebido ando aqui a engonhar porque nem sei bem o que vos dizer acerca deste livro. Mas vamos lá...

 

Este primeiro volume apresenta-nos a Roshar, um mundo (que sim, também é protagonista) onde o poder está nas mãos de quem tem os olhos mais claros. É vários vezes discutida no livro a arbitrariedade da escolha de quem lidera.

Este é, sem dúvida, um livro de World Building, de construção de um mundo. Começamos por assistir ao momento em que 9 dos 10 heralds, no final de uma guerra (Desolation) contra os Voidbringer, se recusam a voltar para o Inferno lá do sítio (Damnation) quebrando um pacto antigo (the Oathpact).

 Os protagonistas deste livro são vários, Dalinar, Kaladin, Syl, Shallan, Jasnah, Szeth. É sobretudo pela voz e mão de Kaladin que somos guiados para este mundo e que começamos a compreender a estratificação desta sociedade onde a cor dos olhos é importante, as mulheres devem esconder a mão esquerda e onde ler ou escrever é apenas uma atividade feminina. Os sinais de alerta são tão gritantes que nem o mais tolo dos tolos consegue dizer que este é um livro que nada tem de real e que não levanta questões importantes e extremamente atuais. E ainda por cima fá-lo com uma história com personagens maravilhosos e interessantes e com magia.

Um Rei foi assassinado pelo Thruthless Szeth, os seus filhos e irmão vão vingar a sua morte nas Shattered Plains, numa guerra que mais parece um jogo entre nobres do que uma guerra que se pretende, efetivamente, ganhar. Dalinar (irmão do rei morto) vive na angustia de não perceber se as visões que tem durante as HighStorms são reais ou significam que está à beira da loucura. Kalinar e a sua mania de se manter afastado das Shardbades atiram-no para a escravatura. Jasnah, uma soulcaster, procura o verdadeiro significado para a morte do pai (o Rei Gavilar) e Shallan acaba por ir dar uma volta a Shadesmar sem saber bem como.

A verdade é que não faz qualquer sentido contar-vos esta história. Se vos agucei a curiosidade leiam o livro e depois podemos falar sobre ele. Não se assustem com o número de páginas. É muito mais fácil entrar neste mundo do que parece. Talvez faça sentido lerem primeiro outras coisas de Brandon Sanderson, talvez vos prepare melhor para estes Stormlight Archives. Há também imensos textos de apoio, explicações e ilustrações que podem encontrar por aí e que vos podem ajudar a situar-se na história. No final do vosso livro estão dicas, consultem-nas. Ao longo da história há mapas e ilustrações fundamentais.

Resta-me desejar-vos uma ótima aventura através de Roshar e deixar-vos uma imagem do prólogo. Cada capítulo começa com este género de frases, aparentemente sem uma grande ligação à história mas que, quando as percebemos, nos embrulha o estômago de uma maneira insuportável.

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18
Ago16

Mas o "The Way of kings" é sobre o quê?

Patrícia

There are four whom we watch. The first is the surgeon, forced to put aside healing to become a soldier in the most brutal war of our time. The second is the assassin, a murderer who weeps as he kills. The third is the liar, a young woman who wears a scholar’s mantle over the heart of a thief. The last is the highprince, a warlord whose eyes have opened to the past as his thirst for battle wanes.

 

Há quatro que vigiamos. O primeiro, o cirurgião, forçado a desistir de curar para se tornar um soldado na mais brutal guerra do nosso tempo. O segundo é o assassino, o que lamenta enquanto mata. O terceiro a mentirosa, uma jovem mulher que usa o manto dos estudiosos sobre o coração de uma ladra. O último, o príncipe, um senhor da guerra cujos olhos se abriram para o passado à medida que a sede pelas batalhas se desvaneceu. *

 

*tradução (minha) livre

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ler.por.ai@sapo.pt

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