Cytonic, de Brandon Sanderson
Cytonic é o terceiro volume da série Skyward, uma série juvenil de ficção cientifica. Depois do primeiro volume em Detritus e do segundo em Starsight, este terceiro volume passa-se numa série de fragmentos no Nowhere. Como livro de aventuras da Spin é divertido e ternurento, como habitualmente. Como parte da série "skyward" é, perdoem-me a expressão, um livro de "encher-chouriços". Sim, há aqui algumas explicações para o que são os Delvers e a apresentação de uma série de raças de aliens bastante engraçadas mas o contributo para a série é muito, muito, pequeno. Não era de todo o que esperava deste terceiro livro. Achei-o muito ao nível das novelas que entretanto saíram. Previsível quanto baste.
Mas não estou a ser justa se não olhar para este livro do ponto de vista do público-alvo. Este livro foi escrito para miúdos, não para adultos. E é como miúda (cof, cof, cof) que tenho que o julgar.
Apesar de ser apenas um instante na vida desta história este livro é um manual sobre sentimentos.
Porque sentimos o que sentimos? Porque são os nossos sentimentos contraditórios? O que devemos fazer com eles? Como reconhecemos o que sentimos quando tantas vezes não sabemos sequer dar-lhe um nome? Como podemos ultrapassar esses sentimentos, que nos engolem, e agir? Como escolher entre a cabeça e o coração?
Imagino-me adolescente, cheia de coisas a que mal sabia dar nome quanto mais gerir, e sentir-me completamente representada nas páginas deste livro. E isso é maravilhoso. Não foi escrito para mim mas é fácil lê-lo e sentir ternura. E rir. O M-bot continua a ser o meu personagem preferido desta história e acabou por ser ele o grande protagonista.
Gostava imenso de ver esta série traduzida para português só para a poder oferecer a todos os adolescentes que conheço. Acho-a com potencial para criar leitores e para se tornar um daqueles livros que nos mudam para sempre.