De que falamos quando falamos de amor, Raymond Carver
Costumo dizer que sou leitora de calhamaços, não de contos, gosto de passar tempo com os personagens e de mergulhar na história. Mas quando uma amiga da Roda dos Livros me ofereceu este livro - especial porque veio da estante dela e, sendo ela uma leitora de contos, é um dos seus favoritos - sabia que tinha que lhe dar uma oportunidade.
Rapidamente percebi que estes são contos muitos visuais e absolutamente depurados. Rapidamente conseguimos visualizar o ambiente, as personagens e o ambiente onde estas histórias se passam.
Alguns dos contos são apenas cenas pouco memoráveis, não especialmente felizes e que retratam o quotidiano de uma América triste e violenta. Mas outros marcam e chocam.
Apesar do conto que deu nome ao livro ser bastante interessante e aquele com maior potencial para discussão - trata-se afinal de uma discussão sobre o amor, aquilo que este sentimento representa para cada um de nós e o caso muito específico de "ele batia-me mas era amor" - mas são os "vou dizer às mulheres que vamos sair" e "Tanta água, tão perto de casa" que pela sua violência inesperada (e apresentada de uma forma quase banal) me atingiram mais.