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Dez14
Cidade do Medo, de Pedro Garcia Rosado
Patrícia
Porque é queo género policial é tão apreciado? E tão menosprezado ao mesmo tempo?
Esperamoscrimes e maldade mas não esperamos palavras bonitas. Esperamos personagens comintricada complexidade mas não começamos a ler o livro com os post-it na mão à espera de passagensmemoráveis.
E é pena. Épena porque por um lado o género policial não é um género menor (tal como não oé a fantasia ou a ficção científica). E é pena porque neste livro bem senti afalta dos meus post-its para poder, com rapidez, voltar atrás nas páginas quelia compulsivamente e recordar (ou confirmar) certas passagens.
Levei muitotempo a ler este livro mas por pura falta de tempo. Aproveitei os momentos quepude para ler mas não lhe fiz justiça. Este é um livro para se ler de fio a pavio e é isso que vou fazer com osegundo volume desta série “Não matarás”: vou escolher um dia em que possa lero livro inteirinho de uma assentada. Porque é isso que gosto de fazer com ospoliciais.
Começo jápor fazer uma crítica e uma sugestão. A crítica é a sinopse: demasiadainformação para um policial. A sério: nós leitores não queremos saber. Queremossaber tudo mas apenas durante a leitura. A sugestão é simples: era giro ter ummapa de Lisboa a acompanhar a leitura. Se era imprescindível? Não, claro quenão. Mas era girooooo.
Quanto aoconteúdo não posso falar muito (querem saber? Vão ler a sinopse ou melhor leiamo livro) para não estragar mas fiquem a saber que o importante não é saber quemé o assassino. O importante são os porquês, os meandros da política, acorrupção, os interesses, as amizades. Um livro onde a ficção e a realidade semisturam e nos deixam ainda mais preocupados com a nossa realidade.
Gosteiimenso e ainda bem que acabei por ler este livro (apesar disto e muito porcausa do “raspanete” que o escritor me deu no comentários – já agora, Parabéns Pedro! Ganhoumais uma leitora assídua) que sou teimosa mas nem tanto assim J.
Tão bomler-se um policial nosso.