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Ler por aí

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10
Ago14

Revolução Paraíso - Paulo M. Morais

Catarina

Ainda não tinha nascido quando se deu o 25 de Abril? Devia ler este livro.
Já tinha nascido quando se deu o 25 de Abril? Devia ler este livro.
Muito, muito bom logo a começar pelo título. Não dá lições de moral nem opiniões, é o relato da época contada nas notícias dos jornais.
Verdade que tive que fazer uma cábula com uma linha cronológica para não me perder com tanto golpe de estado, generais e almirantes, siglas, partidos políticos e paraquedistas em queda livre, mas se tinha apenas uma vaga ideia do que se passou na altura agora até já sei o que quer dizer e quando foi o PREC (viva o google)
Temos dois velhotes amigos de longa data, Adamantino Teopisto e César Precato (que nomes do catano), fãs do Eça de Queirós, com o seu próprio jornal que querem contar o lado humano da revolução. Temos ainda a fiel secretária, o sobrinho que quer ser jornalista mas não escreve duas linhas, a estagiária que em vez de notícias só escreve a sua opinião, o tasqueiro Inocêncio nada inocente, o chulo a quem a revolução dá cabo do negócio, a prostituta com nome de fadista fascista, o ex-pide que continua a aterrorizar quem se mete no seu caminho e um Adão alucinado.
Todas estas pessoas se movimentam em duas ou três ruas do Cais do Sodré enquanto se dá a revolução e é toda uma novela histórica muito bem contada.
E a Eva pá? Uma mulher de letras! Todas as conversas no sótão são simplesmente deliciosas.

 

Ficamos também a saber que há coisas que não mudam: CP e Carris em greve, e “quase metade dos 250 deputados da Constituinte ou não compareceu em S. Bento ou desertou pouco depois de responder à chamada e de garantir o pagamento das ajudas de custo”. São chulos e não é de agora.
16
Set13

Revolução Paraíso, de Paulo M. Morais

Patrícia
O cravo vermelho desta maravilhosa capa transporta-nos de imediato para o 25 de Abril de 1974, a revolução pacífica que tanto nos orgulha.
E é precisamente pouco depois dessa altura que se inicia este livro. 
Dois amigos, César e Adamantino, estão na Lisboa de 74 para fazer um jornal humanista. Aos dois (que me fizeram por diversas vezes lembrar os velhos jarretas dos marretas) junta-se a Deodete (que completa a santíssima trindade), Adão, Viriato, Manuel Ginja e Pandora. Estes são os nomes que fazem "A revista de Portugal". O dinheiro de Adamantino, a revisão e o perfeccionismo de César, a lealdade de Deodete, o amor à impressão de letras de Adão, a genica de Pandora dão o mote a uma estória que se entrelaça com a História.
Entre o 25 de Abril de 74 e o 25 de novembro de 75, Portugal caminhou numa corda bamba, num caminho que nos trouxe até onde estamos hoje (e diga-se  o que se quiser, estamos muito melhor do que estávamos antes do 25 de Abril e até do 25 de Novembro). É essa história que Paulo M. Morais nos conta neste livro. De uma forma extremamente detalhada relembramos acontecimentos, reconhecemos personagens que fizeram a nossa história recente. 
Este é um romance histórico, com ênfase no Histórico. Quem está à espera de um romance, esqueça.
E essa é para mim o que mais falha neste livro: a total falta de equilíbrio entre a realidade e a ficção. A estória existe apenas para contar a História. E a forma que o autor escolheu para nos aproximar dos protagonistas reais da revolução e da política é muito interessante. Infelizmente ainda me afastou mais da vida dos moradores do Ramalhão.
Este é um livro para os Portugueses. Não é um livro para quem não sabe nada do contexto histórico do PREC, do pré-25 de Abril nem do pós- 25 de Novembro. Mas para nós é fantástico. Gosto bastante de história e gostei imenso de ler um livro passado num dos mais interessantes períodos da nossa História recente. Faz-nos falta lembrar esse período. Imortalizá-lo nas páginas de um livro é sempre uma óptima ideia. Estou desejosa de dá-lo a ler a quem viveu este período para ver a reacção, para saber o que está a mais e o que está a menos.
Resumindo: se querem ler sobre História de Portugal este é o livro certo. Se querem ler um romance histórico levezinho esqueçam, não estão preparados para ler este "Revolução Paraíso".

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