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Ler por aí

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28
Mar22

A Noiva Judia, de Nuno Nepomuceno

Patrícia

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Num livro que é, claramente, o fim de um ciclo, o Nuno escreveu os leitores. Este é uma espécie de presente para quem acompanhou a série do princípio ao fim e viu agora desvendados os segredos, os porquês e o que aconteceu no "e depois viveram felizes para sempre", mas sem o felizes que isto é um thriller e sangue, mortes macabras e temas polémicos é o que não falta. 

Com um ritmo rápido, e dicas suficientes para que nos recordemos e quem é quem nesta saga, o autor dá um nó nesta história e faz o Afonso passar maus bocados. Como habitualmente os temas da ordem dos dia estão presentes nestas páginas tal como uma série de referências, mais ou menos subtis, ao mundo literário. 

Duas mortes dão o mote para mais uma história. Quem os matou, porquê? Será Diana capaz de deixar no passado quem quer ficar no passado? Podemos também falar de redenção, de acções e consequências, de amizade, de perda (e da Sofia, Nuno, temos que falar da Sofia!).

Este é um livro inevitável para quem tem acompanhado a saga de Afonso Catalão.

12
Mar21

O Cardeal, de Nuno Nepomuceno

Patrícia

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Começar o ano de leituras com um livro do Nuno já se tornou uma tradição. É verdade que li este  livro em Fevereiro mas foi o primeiro que comecei em 2021 (sim, levei quase 2 meses a ler o Rhythm of War). 

Este é o quinto livro da série Afonso Catalão. Um óptimo livro (mas o Pecados Santos continua a ser o meu preferido) que li num instante. Capítulos curtos, leitura rápida como se quer num thriller. Tem, como não podia deixar de ser nesta série, uma grande componente religiosa. Mas cada vez mais o autor explora outros caminhos e isso foi algo que me interessou bastante. 

É perfeitamente possível lê-lo sem ter lido os anteriores mas a verdade é que nestas páginas há demasiados spoilers para os livros anteriores o que, para quem gosta de começar a ler cada livro sem saber nada da história, pode não funcionar muito bem. Por outro lado, a forma como o autor recupera alguns pormenores importantes dos livros passados, pode ser visto como uma espécie de provocação para quem não os leu. Quem tem "memória de peixe de aquário" e não gosta de séries porque "já não me lembro dos outros" pode começar esta leitura sem medo.

Logo de início somos confrontados com a morte de uma criança e de uma idosa. O principal suspeito já é um nosso conhecido, o Adam, e cedo na história percebemos que Afonso pretende descobrir se ele é, ou não, o culpado. Não pensem que os crimes do Nuno ficam por aqui, até porque, como já é habitual, neste livro são exploradas duas histórias distintas, a que se passa em Cambridge e a que se passa no Vaticano. E mais não digo porque não pretendo estragar-vos a leitura. Mas podem esperar crimes macabros, intrigas vaticanistas e uma investigação (também por parte dos nossos já conhecidos Diana e Afonso).

Prefiro chamar-vos a atenção para alguns pontos deste livro que me interessaram particularmente e que têm sido muito referidos nas muitas opiniões a este livro. Interessei-me mais pela história passada em Cambridge que pela passada no Vaticano (talvez porque os temas explorados nessa vertente da história já o tenha sido nos livros anteriores ou por a minha "relação" com igreja/vaticano não ser lá essas coisas).  

O Afonso é o fio condutor de toda série de livros e através dele temos acompanhado o percurso e a doença do Imã Yusef. Gosto que o Nuno não se esqueça de lhe fazer referências e que não seja mais uma personagem a desaparecer assim que a relevância do seu papel diminui. Essa preocupação demonstra o cuidado do autor na construção (e na coerência) dos personagens.

Também vos queria chamar a atenção para o destaque que o Nuno dá à função de cuidador. Independentemente do papel que este tema tem (ou não) para a história não queria deixar passar sem uma referência.

Houve várias perguntas que ainda ficaram sem resposta e por isso atrevo-me a dizer que a série Afonso Catalão ainda está para durar. Além de que preciso que o Nuno dê algumas vitórias à Diana.

Para quem ainda  não sabe há alguns contos que ajudam a perceber algumas coisas nos livros e há um podcast, o Assassino, que é também um complemento importante a este e aos outros livros. 

 

 

 

 

 

 

 

19
Fev20

A Morte do Papa, de Nuno Nepomuceno

Patrícia

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Um capítulo, no início, conquistou-me logo e pôs a fasquia bem alta para este livro. É o da discussão de Mateus I, em jovem, no seminário. Não muito habitual nos livros policiais, dá um mote interessante e levanta várias questões, nas quais vale a pena reflectir, principalmente numa altura em que a igreja católica passa por uma crise da qual será muito difícil recuperar.

O Nuno Nepomuceno dá-nos, através da história de Mateus I, a sua explicação para a surpreendente morte de João Paulo I, no 33º (ou não) dia do seu papado. Ao mesmo tempo conduz-nos numa labiríntica busca pela verdade acerca do misterioso desaparecimento de uma menina, a Gabriella, através da investigação de um jornalista da rádio do Vaticano. Ao mesmo tempo, Diana, envolve Afonso em actividades ilícitas...

Gostei bastante deste novo livro do Nuno que li num instante e que, apesar de ter sido lido há já algumas semanas, continua bem presente. 

Uma das coisas que tenho que ressalvar é que, apesar desta história ser a quarta da série "Afonso Catalão", o Nuno não faz dele o seu protagonista (já não o fez no livro anterior), nem cai no (para mim) erro de o transformar num super herói sempre pronto para "salvar o dia" ou para mais uma mulher. Sim, o Afonso continua a ser uma personagem importante, com um passado que lhe permite os conhecimentos necessários para se safar de algumas situações, mas ele não é, de todo, o protagonista deste livro. Além disso, Afonso parece ser aqui, um elemento de continuidade e de aproximação aos outros livros do escritor.  Eu, que me irrito solenemente com os protagonistas "sabichões" e "com passado em branco", gosto desta característica do Afonso Catalão, que muito contribui para dar às personagens destes livros  profundidade e vários tons. Não posso deixar de referir também a tristeza e a dor que senti nas descrições das visitas do Afonso ao Imã Yusef. (Obrigada Nuno, por teres incluído estes bocadinhos).

Depois podem descobrir alguns pormenores que o Nuno optou por deixar de fora do seu livro nos vários contos. Dois deles (O Assassino na noite e O beijo do escorpião) foram disponibilizados pelo na página web dedicada ao livro e os restantes (Dor, Ira e Raiva) foram oferecidos a que comprou o livro em pré-venda. Actualmente, os 5 contos, fazem parte da colecção "Histórias do bem e do mal" que pode ser adquirido.

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11
Jan20

A Morte do Papa, de Nuno Nepomuceno

Patrícia

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O Nuno tem um novo livro. Um Thriller religioso chamado "A morte do papa". É já dia 17 que todos vamos poder ler.

Para nos ir aguçando a curiosidade o autor preparou-nos uma série de surpresas. Para já um mini-livro, que está disponível nas livrarias Fnac  e que tem o (acho) primeiro capítulo do livro. 

Para além disso, criou um site  http://amortedopapa.com/ onde podemos descarregar gratuitamente dois contos:

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Além disso, quem comprar em pré-venda o livro "A morte do Papa" recebe mais 3 contos extra.

Eu já tenho os meus 2 contos, depois venho cá contar-vos o que achei.

 

 

 

 

 

29
Jan19

A última ceia, de Nuno Nepomuceno

Patrícia

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A frase de Pablo Picasso "Os maus artistas copiam. Os bons roubam" ganha toda uma outra dimensão assim que percebemos a ousadia do autor que decidiu roubar um quadro. 

Eu sei que isto não é uma trilogia (pelo menos é o que o Nuno diz) mas a minha expectativa era que este livro se debruçasse na terceira "religião do livro" , o Cristianismo, uma vez que do Islamismo o autor tinha tratado no "A célula adormecida" e  do Judaísmo no "Pecados Santos". Ora, como iria o Nuno fazer isso era algo que me deixava na expectativa uma vez que o que não falta por aí são thrillers baseados em teorias, dos mais diversos géneros, relativas às personagens mais marcantes do Cristianismo. E o Nuno resolveu... roubar um quadro. Claro que não podia ser um quadro qualquer, ele tinha que escolher logo o "A última ceia".

Como leitora, impressionou-me a pesquisa que, uma vez mais, se torna visível a cada página. E a forma como toda essa informação nos é transmitida, sem nos maçar, nem nos aborrecer. Não conhecendo muito de arte (nem da comum quanto mais da sacra) agradeci o que aprendi e que essa ignorância não me impedisse de apreciar o decorrer da história.

Este é um livro diferente dos anteriores. Não é tanto o "quem" mas sim o "como" e o "porquê" que nos levam a ler página após página. 

A sinopse prometia-nos um romance. E um assalto. E uma história que não nos deixasse pôr este livro de lado. Claro que, quando começamos a ler um livro destes, estamos conscientes que vamos ser enganados. E depois do que o Nuno fez no "Pecados Santos", eu já não confio nas personagens criadas por ele (desculpa Nuno mas é verdade) pelo que estou de pé atrás a cada momento. 

O autor não roubou apenas um quadro (ou três, sequer). Como podemos ver pelas notas finais (que são, como o Nuno me disse, "como o nome indica, para ler no fim e não no início") também roubou vários acontecimentos à realidade. E isso fez-me olhar para determinados acontecimentos com outros olhos (a verdade é que não há ficção literária que bata a realidade). 

Eu sei que não vos falei da história, não é? Mas a verdade é que não vos quero estragar o prazer da leitura deste livro.

Uma nota final para um reencontro. O Afonso Catalão, apesar de não ser protagonista desta história, tem um papel aqui. E o Afonso é o meu personagem favorito de todos os livros do Nuno. Foi bom, muito bom, ver como ele (e a Diana) reagiram aos acontecimentos do livro "Pecados Santos". Uma das coisas que me irrita sobremaneira neste género de livros é que, na maioria das vezes, os acontecimentos passados, sejam ou não traumáticos, ficam no passado assim que são "resolvidos". Felizmente isso não acontece aqui. O Afonso está nestas páginas com todas as dores que trouxe do passado. E isso deu-lhe, uma vez mais, uma dimensão real.

Acho que fica apenas por dizer, se é que não o perceberam já, que gostei muito deste livro.

14
Jan19

Encontro marcado!

Patrícia

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Temos encontro marcado no próximo dia 23 de Janeiro, às 18h30 (ou um bocadinho antes para 2 dedos de conversa), na FNAC do Colombo para assistir à apresentação do último livro do Nuno.

Por tudo o que já ouvi sobre o livro estou bastante curiosa e quero muito conhecer esta história, saber em que ponto estão o Afonso e a Diana depois de tudo o que lhes aconteceu em Pecados Santos e como se conseguiu o Nuno superar uma vez mais.

 

 

12
Fev18

Pecados Santos, de Nuno Nepomuceno

Patrícia

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 Nuno, 

Já tive oportunidade de te dizer: isto não se faz. Não se constrói um personagem, não se lhe dá vida, cor, voz e depois deixa que isto lhe aconteça. Ao longo das páginas dos livros de um escritor vamos criando expectativas, sabemos com o que contamos e sabemos que os heróis têm determinadas características e sobrevivem, tal como sabemos que determinado escritor é mais ou menos sádico com os seus personagens. E tu não és assim, ok? Tu não matas indiscriminadamente desta forma. Arre...

 

O professor Catalão bem tenta fugir das confusões do presente e dos acontecimentos traumáticos do passado mas, como acontece regularmente nas histórias que valem a pena ser contadas, nem sempre isso é possível.

Uma mulher do passado de Afonso pede-lhe ajuda para inocentar o filho que está preso em Londres como suspeito pela morte do rabino Samuel. Diana, em Lisboa, investiga uma morte e tenta provar a sua ligação com a morte em Londres. Bem, na verdade quem está encarregue da investigação é Alexandre, o já nosso conhecido inspector da judiciária e Alice, uma fascinante psicóloga criminal que é chamada para dar uma ajuda. 

Um thriller religioso. Mais um livro do Nuno Nepomuceno, que já nos habituou ao seu estilo e às suas personagens. Afonso Catalão, que não é bem um herói, que não o pretende ser, continua a dar-nos lições sobre as religiões do livro. No A célula adormecida, o Islamismo estava no centro da trama. Aqui, neste Pecados Santos, é o Judaísmo a religião central. 

Vocês já sabem que gosto sempre dos livros do Nuno e este não é excepção. Aliás, a verdade é que tenho gostado cada vez mais dos livros dele. O tema ajuda, gosto especialmente de thrillers religiosos e interesso-me mais pelo judaísmo que pelo islamismo. Este é um livro que se lê muito rápido, queremos saber sempre o que vai acontecer, porque vai acontecer. Gostei especialmente de duas coisas neste livro. Gostei de ver um certo acontecimento visto pelos olhos de duas personagens diferentes e gostei do final. Posso ainda não ter perdoado o autor por esse mesmo final... mas gostei bastante. 

06
Dez16

Apresentação de "A célula adormecida", de Nuno Nepomuceno

Patrícia

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Amigos reunidos para celebrar o sucesso do 4º livro do Nuno. Acho que acima de tudo foi isso. O orgulho e a amizade (mais ou menos ruídosa) eram os sentimentos que sentiam por ali.

Os discursos habituais tiveram, como sempre, a marca do Nuno. A humildade e simpatia que o caracterizam cada vez mais acompanhados por uma confiança que só lhe fica bem.

Tenho que destacar as palavras do Sheikh Munir, cuja presença foi, do meu ponto de vista, o maior dos elogios a este livro e a este autor. Foi muito especial estar ali, a ouvir aquele homem, que transmite confiança, simplicidade e paz em cada palavra.

Nuno, uma vez mais, desejo o maior dos sucessos ao "A célula adormecida", que não fique pela segunda edição. E claro, vou ficar à espera do próximo livro.  

 

Deixo apenas uma foto, tirada com o telemóvel antes da apresentação começar... Daqui a uns dias logo vos mostro as fotos a sério tiradas pelo Gil Cardoso.

Nuno Nepumoceno 1.jpg

 

 

 

 

 

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