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Ler por aí

Ler por aí

29
Mar16

Oportunidade ou Armadilha?

Patrícia

Vocês já sabem o quanto eu gosto de reedições com preços capas diferentes…

 

Este é mais um daqueles casos…

 

Adorei o livro Os interessantes de Meg Wolitzer e quando ouvi dizer que ia sair outro livro da autora fiquei super interessada.

Ontem encontrei-o com um bom desconto na livraria online da editora e comprei-o. Confesso que achei um bocadinho estranho que este ebook estivesse a 6.40€ (não é que seja barato para ebook mas a experiencia diz-me que as novidades costumam ser mais caras).

Um bocadinho por acaso percebi que este livro afinal não é o novo livro da escritora (leia-se “novo” como “livro escrito/publicado após os interessantes). Esse seria o Belzhar, um YA publicado em 2014 (acho que não está editado em Portugal).

Este A Mulher é de 2003 e já existia editado por cá (na editora Caleidoscópio).

A mulher 1.jpg

Eu compreendo que a editora queira aproveitar a onda de aprovação do “os interessantes” e que, tendo adquirido os direitos dos restantes livros da escritora os esteja a publicar. A oportunidade é esta e pode e deve ser aproveitada. Mas não deixa de ser uma armadilha (para os leitores e para a própria editora).

Para os leitores, porque os incautos como eu não vão ler a parte da ficha técnica que diz copyright 2003 e ficam a pensar que o livro é recente. E para a editora porque as expectativas estão muito altas e ler este livro agora, sem ter a noção de que foi escrito há 13 anos, pode desiludir os leitores e fazê-los acreditar que a escritora não evoluiu.

Sim, a informação está lá (por acaso também li nalguns sítios que este é “o novo” livro da escritora, mas vamos passar essa parte à frente) mas sinto-me sempre um bocado enganada. Uma capa nova, umas referências ao best-seller e muita ausência de informação e voilá… temos um livro novo.

A mulher 2.jpg

 

29
Fev16

O escritor e a sua obra

Patrícia

Será possível separar o escritor da sua obra? O que é mais justo: separar ou não? Julgar a obra esquecendo a mão que a escreveu ou rejeitar a obra por não suportar a mão que a escreveu?

Tenho pensado neste tema por causa de dois escritores específicos mas antes de abordar casos específicos, generalizemos.

Acho que será mais ou menos unânime que a obra é uma coisa e que a pessoa é outra. Não faltam exemplos de grandes artistas que são, para ser simpática, fantásticas pessoas. Basta uma busca rápida no Google para se ficar horrorizado com o que se lê sobre Picasso, Byron ou Wagner. Hemingway, Enid Blyton ou Lewis Carrol também não ficam bem na fotografia.

A minha opinião é assim meio esquizofrénica. A verdade é que tanto acho que há pessoas e crimes que me fazem ter vontade de dizer que as suas obras, por melhores que sejam, deviam ser proibidas, banidas da face da terra, por outro lado sei que o tempo e o espaço fazem com que a obra seja julgada por si e que isso é o mais correto.

O tempo e o espaço.

Qualquer um de nós será capaz de ler os livros (ou obras) de qualquer criminoso desde que consigamos ter uma distância temporal suficiente para não haja uma identificação com as vítimas ou com o crime em si. E quando a pessoa é “apenas” má pessoa, sem que haja crimes envolvidos, então torna-se bem mais fácil conseguir apreciar as suas obras “humanizando-a”. Quem se importa que um escritor tenha sido um pai ausente se foi isso que permitiu que desse ao mundo uma obra fantástica? Quem se importa que tenha sido um marido desprezível se o seu trabalho é fenomenal?

Quem se importa que tenha sido uma pessoa menor se foi um artista maior?

A verdade é que só se importa quem tem uma ligação mais ou menos pessoal com ele/a. Caso contrário os defeitos são apenas uma nota de rodapé, uma curiosidade. Aqui o tempo e o espaço fazem o seu trabalho de protetores da arte.

Por vezes debatemo-nos com informações sobre os autores das nossas obras de arte favoritas que preferíamos não saber, que de alguma forma diminuem a obra por diminuírem a pessoa. Até chegam a diminuir-nos a nós, porque sermos apreciadores da obra mas a verdade é que se deixarmos o tempo e o espaço fazerem o seu trabalho talvez (apenas talvez) consigamos separar o autor e sua obra.

Sim, tenho dois nomes na cabeça ao escrever este texto. Nomes grandes da literatura Portuguesa e Mundial de gente de quem não gosto enquanto pessoa mas a quem reconheço o génio na obra. E acabo sempre por preferir fazer um esforço de distanciamento (nem sempre corre bem) e tentar olhar apenas para a obra.

 

(Mais opiniões sobre este tema:  Magda )

25
Fev16

Podcast para leitores

Patrícia

Depois dos Blogs e Vlogs, viciei-me em Podcast. Tem várias vantagens em relação aos Blogs/Vlogs

  • posso ouvir em qualquer sítio - faço download em casa e depois oiço em qualquer sítio (carro, ginásio, etc)
  • é uma óptima forma de me isolar quando preciso concentrar-me nalguma coisa - sim, sou capaz de estar concentrada em algo e ir ouvindo gente a a falar de livros
  • a qualidade é muito melhor que a da maioria dos blogs e vlogs 

Em relação aos livros (porque depois há mais dois ou três de opinião que adoro) oiço os seguintes:

 

Portugueses:

  • O livro do dia, da TSF
  • Biblioteca de Bolso
  • Pessoal e Transmissível, da TSF

 

Brasileiros:

  • Podcast de Literatura: 30:MIN

 

Todos são muito, muito bons. Ainda estou na fase de ouvir episódios passados porque "descobri" os podcast de literatura há pouco tempo (só ouvia o Governo Sombra, os Cromos da Comercial e o Livro do Dia da TSF) mas parece-me que esgotei os Portugueses e que mesmo brasileiros não há assim tantos (os que são de fãs de uma série não me interessam). Se conhecerem algum que acham que posso gostar deixem aqui nos comentário, ok? Obrigada.

 

Ah, uso o Podcast Addict no telmóvel  e o Itunes no computador.

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