Limões na madrugada, o último livro da Carla M. Soares estava na minha estante (e para vos dizer a verdade, no meu Kobo, que tenho tanto a cópia física como a electrónica) à espera de ser lido desde o dia do seu lançamento.
A primeira coisa que tenho a dizer-vos é que este não é o livro de que estava à espera.
Da Carla li o Alma Rebelde e já ouvi falar muito sobre os outros livros publicados. O Ano da Dançarina é um dos que está na minha lista, hei-de lê-lo um dia destes. Depois de livros com uma enorme componente histórica e de livros com uma enorme componente fantástica (não é, Carla?) não estava de todo à espera desta história.
E a minha grande crítica a este livro é mesmo a capa. Que não tem nada a ver com a história.
Eu até compreendo que a capa está na linha dos outros livros da escritora mas este não é "mais do mesmo". Pode ser melhor ou pior, conforme os gostos e opiniões dos leitores mas é, acima de tudo, diferente. E a capa é completamente enganadora. Não gosto e depois de ter lido o livro senti-me enganada (caí até na asneira de o dar a ler a quem não devia - mas aqui, mea culpa, que não devia oferecer livros que não li).
Por outro lado, ainda bem... Porque eu gostei bastante deste livro. Surpreendi-me mas rapidamente fiquei interessada na história e nos personagens.
Há várias histórias a ser contadas nestas páginas e a Carla fez um bom trabalho, é fácil não perder o fio à meada e continuamos interessados em acompanhar tudo.
Num livro que não é muito grande e que se lê, aparentemente, de forma muito rápida e simples, a escritora apresenta-nos a Adriana, uma jovem mulher que, como todos nós, é, não só o somatório do que já viveu mas alguém complexo, influenciado e moldado pelo que os outros viveram.
Como leitora, como alguém que gosta de passar tempo com os personagens que conhece, gostava de ter lido mais sobre a Cloe e o Javier e interessa-me a história da tia da Adriana mas a verdade é que o livro não necessita disso. Assim como está mostra-nos as várias facetas do amor. Desde a luxúria do sexo à serenidade da amizade ou à obrigatoriedade do amor familiar. Em cada página a Carla obriga-nos a parar para pensar e reflectir. Às vezes apetece-nos esbofetear a protagonista, outras sofremos com ela.
Acho que já perceberam que não vou falar da história em si. Se quiserem conhecê-la leiam o livro. Não vos quero estragar a surpresa nem a leitura.