Se o disseres na montanha, de James Baldwin
No dia dos seus 14 anos, John, um miúdo cheio de dúvidas em relação à sua sexualidade, à noção de pecado, ao bem e ao mal, acorda para um dia de escolhas e encruzilhadas.
A mãe Elizabeth, que não tem mãos a medir para tratar da família, nem sempre se lembra do seu aniversário. O padrasto, um narcisista hipócrita pastor/pregador da igreja Pentecostal, só tem olhos para Roy, o filho legítimo, que acredita ser o filho que deus lhe prometeu.
Ao longo do livro vamos acompanhando John, os seus sentimentos, pensamentos e medos, e vamos conhecendo motivações, passados, histórias através das vozes de Elizabeth, Gabriel e Florence.
Um livro belíssimo e de uma tristeza só, que nos fala de raça, da cor da pele, de religião, de sexualidade, de pecado e de salvação, através das histórias que culminam naquele dia, que se resumem à pessoa que é John.
Se tivesse que escolher apenas um tema, um destaque para este livro, diria que é um livro sobre como nos temos que descobrir, que nos temos que encontrar entre as camadas do que somos, do que os outros tentam que sejamos, do que os outros querem que sejamos, do que temos medo de ser, do que ambicionamos ser.
Grande, grande leitura, esta.