Paz
Gosto da paz do silêncio das manhãs. Acho que me repito. Aqui no blog como na vida sinto-me sempre a voltar ao mesmo sítio. Apenas um pouco mais velha. Mas dizia eu que gosto deste momento, deste silêncio. Uma pausa na loucura do dia, um adiar da vida quotidiana nem que seja apenas por alguns minutos. Café, essa constante da vida, às vezes o computador (muitos posts têm sido escritos neste momento) e tantas vezes um livro, um jornal ou uma janela aberta para o nascer do dia. Na fase mais complicada da minha vida, estes momentos matinais eram a única forma de ter algum tempo para mim, de me equilibrar e me manter à tona. Ainda hoje são, de alguma forma. Há quem corra, quem vá para o ginásio, eu procuro o silêncio. Sempre fui assim. Em miúda ainda equilibrava a coisa, tanto precisava de silêncio e solidão como de loucura, de brincadeira na rua, de amigos para laurear a pevide. Hoje nem tanto.
Não ando a conseguir ler muito, talvez por isso hoje a minha pausa esteja a ser passada com as palavras escritas e não com as palavras lidas. Quando o tempo, esse sacana, me deixa, é a cabeça que me impele para coisas mais fáceis. Eu sei o que é, a necessidade de não pensar muito tem-se sobreposto. Sinceramente só quero passar esta fase das festas e entrar novamente na minha rotina.
Um post um tanto triste para o dia 24 de Dezembro, não é? Ainda há pouco vos disse que o Natal me deixava à beira de um ataque de nervos e hoje é o auge disso. E a verdade é que vejo à minha volta tantas pessoas com este mesmos sentimentos ambíguos de ansiedade, felicidade e tristeza. Uns com verdadeiras razões para tal, outros como eu, que nestes dias quase sucumbem à depressão dos dias tristes.
Que sobrevivamos a mais uma reunião natalícia. Que os sorrisos se acabem por tornar verdadeiros, que os abraços sejam apertados e que tudo seja mais fácil do que antecipamos. E que haja livros novos para nos alegrar a vida. E saúde, amizade e silêncio. Feliz Natal, malta.