Oathbringer, de Brandon Sanderson (Parte 3)
O par mais improvável deste livro é a Lift e a Nightblood, quer dizer a Lift e o Szeth. Bem, acordemos num trio improvável.
A gaiata continua a ser das minhas personagens favoritas. E continua a protagonizar alguns dos momentos mais divertidos do livro. E mais ternurentos.
A Lift é, até agora, a personagem mais pura deste livro. Apesar de ser uma ladra e de ter, provavelmente, um passado “complicado”. E à sua boa e retorcida maneira até a NightBlood reconhece isso. Acho que há ali futuro (um futuro assustador mas ainda assim um futuro).
Deste o início que, como leitora, compreendia as razões do Szeth, e por isso fiquei feliz quando ele se juntou aos SkyBreakers. De facto, não havia outra ordem de Knight Radiants para ele.
O processo pelo qual este personagem passou (chamemos-lhe crise de fé), tendo sido forçado a perceber que a oath stone era e sempre tinha sido apenas uma pedra é algo com o qual todos nós nos podemos rever. Quando somos forçados, nem que seja por nós mesmos, a questionar uma crença, a perder uma ilusão sentimo-nos, por mais ou menos tempo, vazios. Mesmo que seja um alívio e a conquista da liberdade. Por tudo isso ver o Szeth transferir a sua lealdade para com o Dalinar e dedicar-se, com a mesma dedicação com que o tentou matar, a protegê-lo não foi sequer uma grande surpresa. Todos nós sabíamos que, mais tarde ou mais cedo, o Szeth ia aterrar ao lado certo. Vê-lo com a Nightblood e a Lift, isso sim, foi uma surpresa.
Estes três personagens foram, no entanto, pouco explorados neste livro. E sim, eu li o Edgedancer e sei que a história de Lift e do seu pet voidbringer é contada aí. E também li o Warbraker onde conheci a Nightblood e a Azure Vivenna. Mas todos contamos com um livro a contar toda a história de Szeth Son-Son-Vallano, o assassino. Diz que será o quinto (a ver vamos).
Claro que um dos meus diálogos preferidos é aquele entre a Lift e Dalinar, quando ele enfrenta um exército com, apenas, um livro na mão (e que, esmiuçado, dá pano para mangas):
“Were you . . . thinkin’ you’d fight them all on your own?” Lift said. “With a book?”
“There is someone else for me to fight here.”
“. . . With a book?”
“Yes.”
She shook her head. “Sure, all right. Why not? What do you want me to do?”
The girl didn’t match the conventional ideal of a Knight Radiant. Not even five feet tall, thin and wiry, she looked more urchin than soldier.
She was also all he had.
“Do you have a weapon?” he asked.
“Nope. Can’t read.”