O que vende um livro?
Todos nós, leitores, sabemos responder a esta pergunta.
Depende
Pois. Depende de vários factores, não é?
Uns dirão que, definitivamente, o preço tem que ser levado em conta, outros afirmarão que a qualidade é fundamental, todos concordaremos que a publicidade que lhe é feita é determinante e é, provavelmente, o factor decisivo para se vender pouco ou muito, para dar ou não o salto para além-fronteiras.
Este post não foi propriamente pensado, nasceu de duas situações distintas.
Ontem, no grupo de leitura, a meio da conversa, disse qualquer coisa do género: "há quem avalie um livro mesmo sem o ler, principalemten se for de determinados escritores". Hoje, vi uma reportagem no Jornal da Tarde da SIC (salvo erro) sobre o novo livro do escritor Alberto S. Santos (Amantes de Buenos Aires).
Vou já admitir: eu sou capaz de recomendar um livro sem o ter lido. Mas não sou capaz de dizer que é bom ser o ter lido. Sou capaz de generalizar - recomendo à partida todos os livros* da Chimamanda Ngozie Adichie e do Brandon Sanderson e sei que não tenho interesse em pegar em nenhum livro da E.L James, por exemplo. Mas não consigo dizer se o "Coisa à volta do teu pescoço" é um 4 ou 5 estrelas.
E sim, eu compro, à confiança, livros de determinados escritores. Aliás, quando eu gosto de um escritor faço os possíveis por ler todos os seus livros. Foi assim com a Enid Blyton, a Agatha Christie, a Marion Zimmer Bradley e mais recentemente a Chimamanda e o Sanderson, entre tantos outros.
Mas para gostar e me tornar leal a um escritor tenho que o conhecer, ou seja, tenho que me interessar o suficiente para comprar um seu livro (ou ir à biblioteca procurar um). E isso só acontece quando há publicidade eficiente.
E sim, eu vejo algumas coisas nos blogs e canais que me levam a comprar livros, não rejeito essas plataformas e a sua importância na divulgação da literatura. Também reconheço a enorme importância do boca-a-boca que é ainda maior do que a dos blogs e canais (basta ter em consideração a quantidade de leitores que não faz puto de ideia de que existem canais e blogs sobre livros).
Mas haverá algo que bata uma reportagem em horário nobre? Ter a Cristina a falar de um livro ou ter uma reportagem no jornal da noite deve fazer aqueles livros venderem como pãezinhos quentes. Pena é que tão poucos livros e escritores tenham essa oportunidade.
*propositadamente vou apenas considerar escritores estrangeiros