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Ler por aí

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19
Abr15

O que não pode ser salvo, de Pedro Vieira

Patrícia

Há livros que incomodam. Este é um deles.
Há livros que espicaçam. Este é um deles.
Tivesse eu o Pedro Vieira aqui à minha frente e neste momento perguntar-lhe-ia o porquê de tamanho vazio de esperança. Porquê esta visão pessimista da nossa realidade (ok, ok, escusam de vir responder, mantenhamos esta pergunta como retórica, sou uma eterna crente na humanidade). Depois de semanas sem tempo para ler nada, hoje reservei o domingo para pôr a leitura em dia, este vício bom que andava meio esquecido à força e em vez de acabar o dia com aquele sentimento bom de ler um livro de uma ponta à outra estou aqui com um aperto no peito, parece que levei porrada (desculpem lá a expressão, mas não encontro outra que sirva à ocasião).

Nunca tinha lido nada do escritor e confesso que, de início, estranhei a escrita. Comecei a ler o livro aos poucos, à medida do pouco tempo que tenho tido, e isso prejudicou a leitura. Mais do que entrar na história vi-me presa à escrita singular, às expressões, à forma que define o público alvo de um livro que não é para toda a gente. E eu confesso que tenho alguns problemas com livros que não são para toda a gente. (Nem toda a gente gosta dos mesmos livros, nem toda a gente tem que gostar mas toda a gente os deve perceber) Mas hoje enrosquei-me no sofá, com o ZéGato ao colo (ou aos pés, que também ele esteve a recuperar do dia de ontem e passou o dia a dormir) e li o livro de uma ponta à outra, deixei-me enredar nestas páginas, entrei na história, escolhi o meu "lado" e comecei a gostar. Li muita coisa em voz alta, estas palavras pedem para ser ouvidas. Li nas linhas e nas entrelinhas. Pensei pouco (isso fica para as próximos dias), li de um fôlego com ânsia de chegar ao fim, sabendo o que por aí vinha, receando isso mesmo.

Um livro diferente na forma, desencantado na história, previsível q.b mas ainda assim surpreendente. E com ele voltei às opiniões rápidas, escritas sem pensar, sem rever, sem censuras, sem pausas. Já tinha saudades, confesso, de um livro que me fizesse vir para aqui atirar palavras à laia de opinião sincera, "a quente" como tantas fiz neste blog.

No goodreads dei-lhe 3 estrelas, estou zangada com o escritor. Desconfio que ainda vou levar alguns dias a fazer as pazes com este livro e talvez depois vá lá corrigir a opinião (ou não, logo se vê).  

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