29
Jan13
O prisioneiro do céu, de Carlos Ruiz Záfon
Patrícia
Partir para a leitura de um livro que faz parte de uma coleção é um pouco como reencontrar velhos amigos. Nos livros de Zafón este sentimento ainda está mais potenciado. Pelo menos para mim as expetativas são grandes.
Aqui reencontramos o Daniel, o Fermín e até o Martin. Voltamos a velhos lugares nossos conhecidos, à maravilhosa cidade de Barcelona e ao inesquecível “Cemitério dos livros esquecidos”, que é um dos golpes de génio deste escritor. A sério, é o sonho da maioria dos leitores e até pode ser considerado um golpe baixo. Mas por mim, não há qualquer problema. J
Não quero nem vou desvendar a trama porque este é um daqueles livros que dá gosto saborear. Ler devagarinho para fazer “render” a estória.
Apesar de não ser imprescindível ter lido os outros dois livros (A sombra do vento e O Jogo do Anjo) acho que este só faz sentido e consegue ser apreciado na totalidade tendo lido, pelo menos, o A Sombra do Vento. Mas gostaria de ter lido este antes de “O jogo do anjo”. Fiquei com imensa vontade de o ir reler.
Este livro não fecha a história do “O jogo d oanjo”. Acho que, pelo contrário, espicaça o leitor na medida certa para depois apreciar o outro livro.
O personagem central aqui é Fermín. E sem dúvida que, conhecendo o seu passado, conhecemos finalmente este personagem. Mas gostaria que tivesse havido um maior desenvolvimento de outros personagens. Beatriz, por exemplo, merecia mais destaque. Será por ir ser um dos persongens centrais de um outro livro que neste a sua imagem é um bocadinho a 2 dimensões?
Há efetivamente algumas respostas neste livro mas há, principalmente, novas perguntas o que sugere a possibilidade de haver um novo livro com estes personagens. Se por um lado isso me deixa feliz começo a achar que é demais. Estou a ficar farta de Estórias inacabadas. Gosto de fechar um livro e ter aquele sentimento de “fim” coisa que não senti desta vez. E agora vou ficar mais não sei quantos anos à espera de uma continuação que nem sei se virá.
Não sendo um grande livro, pelo menos da estirpe de um A sombra do vento, é um ótimo livro que me garantiu umas deliciosas horas de leitura.