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Ler por aí

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01
Out22

O milagre da multiplicação de livros

Patrícia

O tema da quantidade de livros lidos é recorrente e geralmente polémico. Uma comentadora neste blog, a propósito do último post em que falei de 15 livros lidos, falou do "milagre da multiplicação de livros". Houve uma má interpretação (dela, que achou que eu dizia ter lido 15 livros em 2 semanas enquanto eu na realidade eu falava de "verão", o que na realidade inclui o período de junho a setembro, não chegando, ptto, à fantástica média de 4 livros por mês) e algum afinanço da minha parte que não tenho pachorra para este tipo de conversa. 

Mas este "milagre de multiplicação de livros lidos" é sempre um um tema recorrente e inclui sempre uma certa descrença de que aquela pessoa leu, de facto, aqueles livros todos naquele período de tempo. 

A mim surpreende-me logo a ideia de que dizer que se leu n+10 livros quando apenas se leu n. Mas admito que possa haver quem goste de acrescentar uns livritos às suas leituras, numa competição infantil e tola. Não é sobre isso que quero falar. Se não me interesso pela quantidade de livros alguém leu num mês  ou pela rapidez de leitura de alguém, ainda menos me interesso pelos livros que alguém não leu.

Mas quero falar um bocadinho sobre a rapidez de leitura, sim. 

Vou começar por dizer o óbvio: há livros de 400 páginas que se lêem num instante e outros que implicam uma dedicação de dias.

Outra coisa óbvia: há dias em que uma pessoa se consegue concentrar e devorar páginas e outras em que um mosquito nos distrai e não conseguimos passar da mesma página.

Não somos máquinas, temos sentimentos e estados de alma, gostos e interesses diferentes e inconstantes. 

Há livros para despachar, há livros para pensar. Há livros de leitura compulsiva, há livros que pedem tempo. 

Dou-vos dois exemplos, de dois calhamaços, um que li numa questão de dias/semanas, outro que levei um ano. Falo de qualquer um dos livros da série Stormlight Archives e do As benevolentes, qualquer um excelente mas com ritmos de leitura completamente diferentes. Ler fantasia, um tipo de história que me leva a mergulhar num outro mundo e ficar completamente alheada da realidade durante horas seguidas, é diferente de ler um livro que me magoa, enoja, entristece, horroriza a cada página. Um custa-me parar de ler, o outro não consigo consumir senão em doses homeopáticas. 

Ler um romance leve e que não implique grandes considerações filosóficas é diferente de ler um romance que me leve a querer parar para pensar, sublinhar, fazer pesquisa, saborear.

Para mim é importante ler todo o género de livros. Gosto de pegar num livro e lê-lo de uma assentada tanto como gosto de mergulhar numa série interminável de fantasia ou ler livros que me façam crescer como pessoa, reflectir, mudar.

Ler é uma actividade que faço ao meu ritmo, no meu tempo. Há meses em que leio muito, outros em que leio pouco. E está tudo bem.

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