O JOGO DE RIPPER – ISABEL ALLENDE
Amigo! Há tanto tempo que não te via!
É isto. Voltar a ler Isabel Allende é como reencontrar um velho amigo com quem não falamos há séculos depois começamos a conversar e parece que foi ontem.
Leio Isabel Allende parece-me desde sempre, li os contos, as histórias grandes, a trilogia para adolescentes (ou young adult como se diz agora com siga YA e tudo, super moderno) as memórias, os históricos e também as receitas afrodisíacas. É um autor que compro sem sequer ler a sinopse porque sei que vou gostar. Este nem sequer foi comprado, porque foi uma prenda, (obrigada Pat!) é ainda melhor.
É diferente de todos os outros livros dela, é um género de policial em que os investigadores são adolescentes, vivem em várias partes do mundo e jogam Ripper, um jogo de mistério online onde Amanda, a protagonista, é a mestre do jogo. Gostei muito da cumplicidade entre Amanda e o avô, que também participa no Ripper como Kabel o esbirro, é giro.
E depois esta mulher fala de tudo, não só de mutilação genital feminina (sim ainda é um assunto, continua a acontecer no séc. XXI, ainda é um assunto), gravidez na adolescência, guerra e stress pós-traumático, lutas de cães, trabalho imigrante clandestino, anorexia mas também de romances policiais de autores escandinavos mencionando a trilogia Millenium, refere a série Crepúsculo, e ainda consegue encaixar o marido, William C. Gordon, como escritor de livros policiais e pai do personagem detective privado. Tudo em bom.
Reconheço esta história como de Isabel Allende pela descrição das pessoas, dos lugares e pela personalidade dos animais, Salve-o-atum o gato e Atila o cão.
Se é o melhor policial de todos os tempos? Não, também não é o melhor livro de Isabel Allende (pelo menos para mim) mas é bom e vale a pena, se não mo tivesse oferecido ia comprá-lo na mesma.
Só tenho a apontar que achei esta edição um bocado pobre tem 2 ou 3 erros ortográficos e não tem as páginas guarda brancas no início e no fim do livro.
Mais um bocado e os agradecimentos estavam escritos na capa, forretas.