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Ler por aí

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28
Abr11

O Evangelho do Enforcado, de David Soares

Patrícia

Sinopse

Nuno Gonçalves, nascido com um dom quase sobrenatural para a pintura, desvia-se dos ensinamentos do mestre flamengo Jan Van Eyck quando perigosas obsessões tomam conta de si. Ao mesmo tempo, na sequência de uma cruzada falhada contra a cidade de Tânger, o Infante D. Henrique deixa para trás o seu irmão D. Fernando, um acto polémico que dividirá a nobreza e inspirará o regente D. Pedro a conceber uma obra única. E que melhor artista para a pintar que Nuno Gonçalves, estrela emergente no círculo artístico da corte? Mas o pintor louco tem outras intenções, e o quadro que sairá das suas mãos manchadas de sangue irá mudar o futuro de Portugal. Entretecendo História e fantasia, O Evangelho do Enforcado é um romance fantástico sobre a mais enigmática obra de arte portuguesa: os Painéis de São Vicente. É, também, um retrato pungente da cobiça pelo poder e da vida em Lisboa no final da Idade Média. Pleno de descrições vívidas como pinturas, torna-se numa viagem poderosa ao luminoso mundo da arte e aos tenebrosos abismos da alienação, servida por uma riquíssima galeria de personagens.


Este livro não é (nem me parece pretender ser) um romance histórico. Também não me parece ser uma tentativa de solucionar o mistério sobre os painéis de S. Vicente. É um livro de fantasia e apesar de ter algumas referências históricas e muitas personagens reais não é um retrato usual da sociedade Portuguesa do Sec. XV. É no entanto estranho ler um livro com referências históricas e de repente “ver” pessoas completamente diferentes do que as que “conhecemos” nos bancos da escola e nos livros de história. A bem da verdade devo referir que, segundo o autor nos explica no final do livro, todos os “desvios” à história tradicional são baseados em hipóteses levantadas em estudos.
Para mim, Algarvia, é difícil ver um D. Henrique assim. E veja-se que o assim não tem nada a ver com a opção sexual do senhor mas sim com o carácter que era, no mínimo, questionável. Sinceramente não me custa muito a admitir a possível veracidade desta descrição mas colide com a importância e a dignidade a história sempre nos habituou em relação à personagem do Infante.
A história do livro é interessante e desperta-nos a curiosidade principalmente depois de percebermos que o livro não é um romance histórico. A loucura e a tanatofilia são o prato forte desta história que sendo assim para o negra não deixa de ser divertida.

Nunca tinha tido que ir tantas vezes ao dicionário durante a leitura de um livro. Este senhor usa mais palavrões (no sentido de palavras difíceis) que a Tia Agustina por quem tenho um ódio de estimação à conta da Sibila que fui obrigada a ler no 12º. A sério senti-me um bocadinho ignorante por ter que consultar o dicionário aí umas duas vezes por página. Confesso que na primeira metade do livro estive com o dicionário ao lado o tempo todo e o resultado são meia-duzia de post-its e muitas notas nas margens com definições mas na segunda parte de livro desisti e apesar de ter “tirado umas pelas outras” não tive dificuldade em perceber a história e ler o livro. Fiz isto porque tive que ler este livro a contra-relógio mas farei questão de lê-lo uma segunda vez e continuar o trabalho de sublinhar e escrever o significado de cada palavra desconhecida para mim. A verdade é que aprendi imenso. Não me parece que vá usar muitas vezes estas palavras mas é sempre interessante aprender.

No geral gostei bastante do livro.

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