O dia do Livro é quando uma mulher quiser
Sim, eu sei, foi ontem o Dia Internacional do Livro e dos Direitos de Autor. E para dizer a verdade ontem ainda comecei a escrever um post alusivo à efeméride mas tive que sair e quando voltei já não me apeteceu pegar no computador.
Não quis, no entanto, deixar passar a coisa sem aqui vir deixar um comentário.
Os livros são, sempre foram e sempre serão, a minha mais consumista paixão. Seja directa ou indirectamente.
Apesar de tudo o que se diz não é pelos preços dos livros que não se lê. Há, felizmente, muitas bibliotecas que o podem comprovar. E não falo apenas das bibliotecas municipais que, apesar de todos os esforços, não chegam a todo o lado. Mas todas as escolas têm uma mini-biblioteca e toda a gente tem amigos que lhes podem emprestar livros. E há sempre as releituras - eu vivia numa aldeia, os únicos livros que a "biblioteca" (se é que aquilo se pode chamar de biblioteca) tinha com algum interesse para uma miúda eram os de Júlio Dinis, e eu lia e relia os meus livros. Sim, tive o privilégio de ter uma família de leitores mas ainda assim não me compravam livros todas as semanas nem todos os meses. Aniversário, Natal e feiras do livros e já não ia nada mal até porque despachava a grande velocidade os livros das bibliotecas das escolas por onde fui passando (uma vez chamaram a minha encarregada de educação para saber se eu lia efectivamente os livros que requisitava porque não estavam habituados àquela cadência).
Por outro lado, comprar um livro é a única forma de recompensar o autor. Será que muitos escritores em Portugal conseguem viver apenas do que recebem pelos livros que vendem? Duvido. Para a grande maioria escrever parece ser apenas uma paixão. E isso está tão, tão errado.
Eu, apesar de leitora de ebooks e de audiobooks, gosto tanto do livro objecto como qualquer outro leitor e a minha casa tem livros nos cantos mais inesperados. E sonho com uma biblioteca pessoal, com paredes cheias de estantes e estantes cheias de livros, com escadas para aceder aos livros das prateleiras de cima, com lombadas e lombadas cheios de letras e cor. E é especialmente por isto que chamo à minha paixão pelos livros uma "paixão consumista". Não me arrependo do dinheiro que gasto em livros, considero-o mais um investimento que qualquer outra coisa.
Os livros são uma das belezas da minha vida.