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Ler por aí

Ler por aí

17
Nov11

Ler

Patrícia
Não pretendo alimentar qualquer polémica, este texto reflete apenas a minha opinião.

Defendi desde sempre que não há maus livros, mas sim livros para diferentes grupos de leitores. Tenho a mesma opinião em relação à música. Alguns dos meus cantores preferidos são Portugueses (aliás a maioria é) e relativamente pouco conhecidos. Sou parte de uma minoria que gosta destas músicas e a maioria das pessoas com quem me relaciono não gosta da música que eu oiço.
Já em relação aos livros não se passa o mesmo. Leio de tudo um pouco, gosto de quase todos os estilos literários e na minha estante convivem clássicos e literatura de cordel (com exceção de poesia - o meu calcanhar de Aquiles). Não sou de letras e nunca convivi com qualquer elite literária. Sempre me habituei a ser a (única) miúda sempre com um livro dentro da mala (ainda hoje sou assim) e que enquanto o pessoal jogava king, lia.
É difícil vermos alguma qualidade nos livros de um autor de que não gostamos. Acontece-me com autores como Nicholas Sparks, Susana Tamaro ou Jacqueline Carey. Depois por uma questão de hábito, por vergonha ou pura pressão social vemos qualidade em autores de que não gostamos nada, que não conseguimos ler. Acontece-me com António Lobo Antunes. Não consigo ler os livros do homem mas não me passa pela cabeça dizer que não têm qualidade (até porque acredito sinceramente que o problema neste caso é meu).
No fundo somos (eu admito ser, pelo menos) uns hipócritas literários com vários pesos e várias medidas, dependendo das críticas dos outros e das normas vigentes de que livros demasiado fáceis de ler, com muitos leitores e sucesso são livros da treta e que livros que poucos conseguem ler e que têm muitas palavras difíceis são fantásticos. Já tive discussões memoráveis quando alguém me diz que os livros dos TOPs de venda são todos maus. Dá-me azia ouvir este tipo de pedantice.
Ler, o que quer que seja, é ótimo. Ler algo que nos dê prazer é fantástico. Ler algo que achamos enfadonho não é o objetivo desta arte. Ler deve ser, sempre, um prazer.
Mas às vezes sinto-me a tremer um bocadinho nesta posição, confesso. Quando vejo tanto livro, igual ao anterior, sem nada de novo. Quando vejo que os miúdos cada vez leem menos e que não conseguem sair dos mesmos formatos e evoluir para outros géneros. Quando sinto que tenho saudades de ler bons livros mas que ando um bocadinho perdida na quantidade absurda de livros que andam por aí. Sim, quantidade não é sinónimo de qualidade e também não é sinónimo da falta dela. Mas às vezes, só às vezes, gostava que não houvesse tanto livro da treta à venda nas livrarias.

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