Há dias que pedem livros
Aproximam-se dias com tempo para a maioria das pessoas. Junho e os seus feriados são sempre uma boa desculpa para ler mais um bocadinho. Claro que há quem trabalhe (eu, por exemplo) e não vá conseguir aproveitar tudo mas estes são dias perfeitos para ir para a praia, para uma esplanada ou para campo na companhia de um livro.
Ler ao ar livre é outra coisa. Eu adoro estar em casa, tenho o meu "cadeirão" da leitura e leio em qualquer sítio, é certo. Mas pegar num livro e passar uma tarde numa esplanada a ler é m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o. Tenho imensas saudades de o fazer. Acho que a última vez em que fui, descansada e sem tempo contado, para uma das minhas esplanadas favoritas (a que existe dentro do jardim da biblioteca dos olivais) foi num dia de folga em que estava a ler, de forma compulsiva, o segundo volume do Mistborn (O poço da ascensão).
É engraçado como sei, anos depois, onde estava enquanto lia determinados livros. Lembro-me de ler o Evangelho segundo Jesus Cristo na praia e o Ensaio sobre a Cegueira numa esplanada onde costumava estudar. A relação com os livros tem destas coisas, podemos associá-los a um lugar, a um estado de espírito ou a uma época da nossa vida. E estes, aqueles de que nos lembramos sempre, que ajudam a construir memórias em dias que pedem livros, são os verdeiramente importantes.