11
Ago14
Gone Girl/ Em parte incerta, de Gillian Flynn
Patrícia
É quase impossível escrever sobre este livro sem revelarmais do que devo. Considerem-se avisados e caso pretendam ler este livro nãoleiam mais.
No início este livro parece lento, inútil, fútil. Uma seca,portanto. Não desisti, no entanto. Ajudou saber que Gone Girl agradou a muitagente e que “nada do que parece é”. Ainda assim, ainda sabendo que aquilo sópodia deslizar para uma pancada enorme, surpreendi-me, enojei-me, arrepiei-mevárias vezes.
Não é possível deixar de pensar que uma mente brilhante aliadaà perversidade dá um resultado assombroso.
Será que o crime perfeito existe? Será possível que algoassim aconteça? Provavelmente já aconteceu, certo?
Neste livro só há gente chanfrada. Não consigo dizer quegostei de algum deles. Não me identifiquei com nenhum (apesar do 5º aniversáriodo meu casamento se estar a aproximar) e no entanto não consegui deixar de lereste livro de uma forma compulsiva. Um bocadinho como quando somos miúdos evemos os filmes de terror através dos dedos da mão.
Estelivro é uma janela aberta para a loucura, para os vários níveis que separam oamor da obsessão, a inteligência da psicopatia.
Um thriller psicológico que me faz desejar com muita forçanunca estar perto de alguém assim e que me faz ter vontade de chegar a casa edar ao meu marido um abraço apertadinho e agradecer-lhe a sua “normalidade”.