Dia Mundial do Livro
No post mais polémico deste blog, falei-vos da minha relação com os livros e da responsabilidade que sinto sempre que escrevo sobre um livro de um escritor português. Em inúmeros outros post tenho escrito sobre a minha preocupação com o futuro da edição em Portugal que se traduz na minha recusa em comprar livros em grupos de facebook e afins (com excepção aos alfarrabistas oficiais, que são - na minha opinião - responsáveis pelo não desaparecimento de tantas pérolas da literatura, de edições que já não se encontram à venda e que nos permitem comprar livros a um preço mais simpático).
Este fim, de semana, no Expresso, um artigo bem interessante do José Mário Silva, chamado O futuro incerto dos livros, ilustra uma realidade que já todos intuímos, que conhecemos e, muitos de nós, receamos.
A queda das vendas, ilustrada no gráfico abaixo não augura nada de bom... e somos nós, leitores, quem mais irá perder.
Alguns de vocês dir-me-ão que temos sempre a hipótese de ler em inglês, em francês ou espanhol, que os livros nessas línguas são bastante mais baratos e que estão disponíveis a toda a gente. E eu respondo-vos que isso me entristece de uma forma que não vos consigo explicar. Eu quero continuar a ter livros em português, de autores portugueses, para ler. Eu quero ler mais escritoras portuguesas e quero que os escritores de fantasia e de ficção-cientifica portugueses consigam publicar.
Eu quero ter na minha estante os livros que os meus amigos escritores sonham publicar.
Eu não quero que, como diz a editora Maria do Rosário Pedreira (no artigo de que falo acima), a literatura seja "uma forma de cultura para um público reduzido"!
Amanhã é o Dia Mundial do Livro. Amanhã vou comprar um livro.