Curtas 2017 #24 - O lado negro dos clubes literários
Falar de livros é quase tão bom como ler. Por isso pertencer a um (ou mais) grupos literários é sempre um privilégio. Mas tudo tem o seu lado mau. Claramente o lado negro das conversas sobre livros é o crescimento exponencial das pilhas de livros por ler ou das listas de “eu quero ler isto antes do fim do mundo”.
Confesso que sou uma pessoa relativamente resistente a este fenómeno que é o de arregalar os olhos e ter a certeza que precisamos daquele livro na nossa estante mas ainda assim às vezes, tantas vezes, fraquejo e subitamente fico com a certeza que não tenho nada para ler e que preciso muito comprar aquele(s) livros(s).
Ainda ontem fui, cheia de boas intenções, à tertúlia organizada pela Editora Minotauro, ouvir o que a Márcia, a Célia, a Cris e a Cristina tinham para dizer e vim de lá com a certeza que preciso comprar o “A Magia Mais escura”, de V. E. Schwab e o “A mulher-sem-cabeça e o Homem do Mau Olhado” do Gonçalo M. Tavares (este não é da editora Minotauro, é da Bertrand mas descobri que já está à venda). Uma pessoa porta-se bem, persiste no esforço de limitar as comprar e diminuir o número de livros por ler e meia dúzia de palavras e uma capa bonita vence-a, sem apelo nem agravo.
A sério, a bem das vossas carteiras, a bem da v/ sanidade mental (se forem como eu e detestarem ter muitos livros por ler), a bem das v/ leituras mantenham-se longe dos clubes de leitura, das conversas sobre livros e das sugestões daquela amiga que (como eu) vos diz: "tens que ler isto".
Ou então não.
Mas não digam que não vos avisei.
Boas leituras