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Mai13
As paixões antigas 7: Juliet Marillier
Patrícia
Já tinha visto várias vezes o livro “O filho das Sombras” àvenda. Mas foi uma referência à Marion Zimmer Bradley que me fez um diacomprá-lo. Depois de ter lido e relido a obra da MZB sentia a falta de algo nasminhas leituras. E confesso que, durante anos, a Juliet Mariller ocupou o lugardeixado vago pela MZB.
A filha da floresta, a Sorcha será sempre um personagem especial.A menina corajosa e os seus irmãos, todos diferentes, unidos sob uma maldição.O espírito de sacrifício, a pureza destas histórias remetem-me sempre para ashistórias de infância em que o bem e o mal era facilmente identificados, em quehavia sempre a “moral da história”. E embora goste de ler livros sobre gentereal, com personagens bem construídas e verosímeis onde as idiossincrasias do ser humano estejam patentes, estashistórias de encantar serão sempre o meu guilty pleasure. A parte guilty érelativa, porque não tenho nenhum sentimento de culpa ao ler e reler esteslivros.
Tal como a MZB, os livros da Juliet são maioritariamente construídosà volta de personagens femininas fortes, interessantes e com coragem para dar evender. A minha personagem favorita é, sem qualquer dúvida, a Liadan, dosegundo volume da trilogia de Sevenwaters “O filho das sombras” (o meu livrofavorito de todos os da autora). Oterceiro livro da trilogia, que conta a história da Fainne, filha da Niamh eCiarán foi um dos que tive mais dificuldade em gostar. Foi um caso de “primeiroestranha-se, depois entranha-se”.
Na saga das ilhas Brilhantes temos 2 livros, “O filho dethor” e “Máscara de Raposa”. Se o primeiro me é relativamente indiferente oMáscara de Raposa agarrou-me desde o início. É um livro ligeiramente diferente(se bem que não falta a heroína corajosa) e até um pouco desconfortável.
Ainda não descobri se as Crónicas de Bridei terão ou nãocontinuação. Gostaria que tivessem. Ao tentar recordar as histórias dos livrosa primeira coisa que me vem à cabeça é uma história com contornos negros, triste.Sei que não é bem assim, também nestes livros o “viveram felizes para sempre”acontece, mas nem sempre aquilo que esperamos que aconteça acontece. Estatendência que começou no “A máscara da Raposa” continua nesta saga.
O espelho negroconta-nos a história de Tuala e Bridei. Gostei principalmente da Tuala. E no “Aespada de Fortriu” gostei (como toda a gente) do Faolan J e só descansei quando a suahistória foi finalmente contada no “O poço das sombras”.
Confesso que, para mim, a magia de Marillier acabou aqui.Não é que não tenha achado piada aos livros “Sangue do coração” e à sagaWildwood (esta absolutamente juvenil com o “Danças na floresta” e “O segredo de cibele”) mas nenhum deles correspondeu às expectativas criadas com a trilogiade Sevenwaters e com as Crónicas de Bridei.
A tentativa de regressar a Sevenwaters com o “Herdeiro deSevenwaters” desiludiu-me e preferi nem sequer ler o “A vidente de Sevenwaters”.
Espero ainda ler mais de Juliet Marillier. Coisas novas.Espero que ela (ou a editora, como já tenho lido por aí) não insistam emfórmulas testadas e não contem,novamente, a mesma história.