24
Jan13
As paixões antigas 6: Isabel Allende
Patrícia
Acho que “conheci” a Isabel Allende quando a maioria dosPortugueses a conheceram: aquando das filmagens do “A casa dos espíritos” alipara o lado de Vila Nova de Milfontes.
Por viver em Milfontes nessa altura vivi esses meses comalgum entusiasmo e assim que o livro apareceu lá por casa (uma edição de capadura do Circulo de Leitores) fiz questão de o ler. Gostei, mas acho que ainda não tinhamaturidade suficiente para lhe dar o crédito que merece (e por isso é um dosque ainda tenho que reler) por isso se tiver que escolher um livro da IsabelAllende como favorito não será este certamente.
Mas o “A casa dos espíritos" não é apenas um grande livro, étambém um grande filme.
Uns anos mais tarde uma amiga da mãe foi visitar-nos eofereceu-nos dois livros da Isabel Allende: à minha mãe o “EvaLuna” e a mim o “Retrato a Sépia”. E foi com o “Retrato a Sépia” que Allende meconquistou definitivamente. Eu sei que neste livro se reencontra personagens da“Casa dos espíritos” e do “A filha da Fortuna” mas, como li o primeirodemasiado cedo e não li o segundo (uma falha que tenho que colmatarrapidamente), para mim o “Retrato a sépia” foi uma história nova, repleta defeminismo (mesmo no Chile do Séc XIX). Um romance histórico sobre mulheres.Adorei e é ainda hoje um dos meus favoritos. E é o responsável por eu adorar apalavra “sépia”.
Uma nota para dizer que admiro os escritores que, sem serepetirem, nos permitem encontrar antigos amigos personagens nas páginasde livros posteriores. (Nisto ninguém bate a Marion Zimmer Bradley mas estou aadorar ler o “Prisioneiro do Céu” do Zafón e encontrar os personagens do Asombra do Vento e O Jogo do Anjo).
Claro que o "Eva Luna" e o "Os contos de Eva luna" foram asleituras seguintes. São livros deliciosos e eu, que não sou fã de contos, gostoimenso destes.
Os livros mais juvenis de Isabel Allende são absolutamentefantásticos. A começar pelo título: A cidade dos deuses selvagens. Querem melhor que isto? Dá logo vontade de ler.
São o exemplo de livros muito bem escritos e perfeitos para um/umaadolescente começar a ler. Não acredito que haja quem não goste desta trilogia.Alexander e Nadia fazem a equipa perfeita e a Avó Kate é impagável (e euimagino mesmo a Isabel Allende como ela).
Tal como o título indica o “De amor e de sombra” é um livroum bocadinho negro. É um livro mais político do que o normal (se bem que apolitica numa esteja longe das palavras de Allende) e que, por isso, nosenvolve menos. Não deixa contudo de ser um livros interessante (e importante).
O livro de que menos gostei foi , sem dúvida, “O Zorro”. Ok,Isabel Allende escreve muito bem e conta-nos o “antes” mas a verdade é que nãome deu especial prazer ler um a história já batida."Inés da minha alma", um romance histórico que conta a históriada conquista do Chile apresenta-nos, mais uma vez, uma mulher forte mas nãomenos mulher por isso.
Isabel Allende é uma contadora de histórias de vida, e oO Plano Infinito é mais uma. Engraçado, lembro-me tão bem de ler este livro….
A ilha debaixo do Mar é mais um romance de Isabel Allende deque gostei mas realmente Allende é mais Allende quando escreve sobre si própriae sobre os seus e por isso O meu país inventado é um dos seus livros de quemais gosto…
Uma última nota para dizer que tenho o “Paula” por ler háanos e que ainda não tive coragem. Sei que vai ser maravilhoso e um murro noestômago. Sei que é daqueles livros que ma vai angustiar e fazer doer a alma.
Esta senhora é uma paixão antiga, presente e futura. E ficofeliz por saber que ainda tenho vários livros dela por ler. E reler.