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Ler por aí

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20
Jun25

O menino que perdeu a guerra, de Julia Navarro e outras reflexões

Patrícia

o menino que perdeu a guerra.webp 

Pablo não percebe porque tem que deixar a mãe mas sabe que aquela mulher, que não fala espanhol mas russo, é a coisa mais parecida com uma mãe nesta sua nova vida. Anya não hesita em cuidar daquele menino, que já sente como seu. Clotilde não sabe se o filho alguma vez a perdoará mas sabe que nunca desistirá de o procurar.

Clotilde e Anya, duas mulheres, mães do mesmo filho, com paixão pela arte e pela cultura, em luta e desacordo com os regimes dos seus países.

Com a Espanha de Franco e a União Soviética de Estaline como pano de fundo, a Julia Navarro conta-nos uma história sobre o que é ser livre, no pensamento ou nas acções, sobre humanidade e falta dela, sobre amor e amizade, sobre maternidade. 

Na verdade este tipo de livros já não é bem para mim. Há uns anos teria adorado, eu sei. Uma história bem contada, um tema de fundo interessante e teria umas boas horas de leitura. Mas já muitos livros do mesmo género me passaram pela mão e sei que este não vai ser um livro memorável. E honestamente, tenho pena. Valorizo muito o prazer da leitura de uma história bem contada, envolvente, que me faça esquecer a realidade e me leve para outros tempos e outras terras.  E cada vez sinto mais dificuldade em sentir isto. Não porque as histórias estejam mal contadas (bem, algumas estão) mas porque sinto estar, muitas vezes, a ler o mesmo livro. É, claramente, um problema de "não és tu, sou eu". 

Este sentimento ficou ainda mais patente porque o livro que estou a ler neste momento, o Lobos (Tânia Ganho) é um desses que leio sofregamente desde as primeiras páginas e que facilmente leria de uma assentada não fosse o a vida em geral (e o trabalho em particular) acontecer.

13
Jun25

Frankie e o casamento, de Carson McCullers

Patrícia

Frankie-e-o-Casamento.jpg

Será que nos lembramos ainda do que é ser adolescente? Este livro é uma viagem à nossa adolescência através da adolescência de Frankie. Um mergulho nas dúvidas que nos assolaram naquela idade entre a infância e a idade adulta. A escritora é exímia a fazer-nos sentir aquela certeza de “não pertença” tão típica daquelas idades (e que, se tivermos sorte, se vai esbatendo com o tempo).

Frankie tem 12 anos e um verão sufocante pela frente. As tardes são passadas na cozinha a comer, jogar cartas e a filosofar sobre a vida, na companhia de Henry James, um miúdo de 6 anos e Berenice, a cozinheira da família. Quando o irmão de Frankie a convida para o casamento, a decisão é tomada, Frankie irá à boda e não voltará para casa.

Entretanto há um vestido para comprar, uma última volta pela cidade para se despedir das ruas, do macaco ou de quem a quiser ouvir. Frankie, F. Jasmine ou Frances, conforme o momento, procura o seu lugar no mundo, sonha com todas as suas forças e desilude-se da forma que apenas uma adolescente consegue.

Li este livro e condoí-me com Frankie, sofri com ela, tive medo por ela mas maravilhei-me com a sua capacidade de sonhar, a sua inteligência, a sua coragem ou a sua tristeza.

Que livro maravilhoso.

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