Eu não sei quanto a vocês mas este verão tem sido bastante profícuo no que às leituras diz respeito. E não tenho apenas lido muito como (e isso é bem mais importante) tenho lido livros fantásticos. Houve também algumas desilusões, claro. E também tenho escrito mais, seja aqui no blog ou nos inúmeros cadernos que tenho (sabem lá o que sofro sempre que vou ao supermercado com o "regresso às aulas"? Preciso de tudo, lápis, canetas, post-its, cadernos, agendas e todas e cada uma das coisas que por lá há à venda. Estive quase a comprar um caderno de música, desse não tenho em casa, pensei, até que recordei o trauma que foram os ditados musicais na escola, o nó na garganta quando descia as escadas para a sala de música que, sendo numa cave, mais me parecia uma sala de tortura, sabia lá eu e o meu ouvido duro se aquela nota no piano era um dó ou sol, só acertava por acaso e quando calhava e não havia estudo nem dedicação que me valesse. E quando tinha que ir ao quadro e sentia as bolas de ferro que me estavam agarradas aos pés, grilhões que transformavam aquele pequeno percurso numa descida aos infernos? Traumatizada até hoje, só vos digo).
Tenho feito um esforço para deixar aqui algumas impressões das leituras que faço mas esta parte não tem sido assim tão bem conseguida, procrastinar raramente dá bom resultado (depois escrevo qualquer coisa, agora vou ler um bocadinho) mas ainda assim não está mau de todo.
Vamos então ao resumo da coisa:
A barragem, o segundo volume da série Blackwater, escrita por Michael McDowellde e de que gostei bastante. É uma série de terror (bem, não é assim tão assustadora mas tem o ambiente certo) bastante interessante e que se passa numa cidade à beira do Rio Perdido onde tudo muda com a chegada de uma bonita mulher durante uma cheia. O terceiro volume já saiu (a série é antiga, está a ser editada cá a uma cadência bastante simpática) e espero lê-lo ainda este ano (tantos livros para comprar, há que gerir a coisa, até porque o cartão oferta dos meus anos está quase, quase a ficar a zeros, daqui para a frente é do meu bolso mesmo).
Uma pequena vida, de Hanya Yanagihara - Foi a leitura durante a viagem que fiz à Colômbia. Nas viagens de trabalho (como esta) que faço costumo ler bastante. Para já passo muitas horas dentro de um avião, depois tenho por hábito não ligar a TV quando estou em hotéis, o que me permite fazer as duas coisas de que tanto gosto e de que tanto sinto falta na minha rotina: ler e dormir. Foi o que fiz durante aqueles dias. O Uma pequena vida mostrou ser o livro ideal para esta viagem, fiquei completamente enredada nesta história e consegui ler muito em pouco tempo, não deixando que a leitura (que muito beneficiou disto) se arrastasse. Tinha sido um presente de Natal (na verdade uma troca de um presente de Natal pois tinha recebido um livro repetido), o que significa que me ando a portar bem e a dar cabo a pilha.
Uma Vida entre Costuras, de Maria Dueñas - Bem, como dizer isto? Depois do Uma pequena vida, quis ler algo leve e como este livro é tão querido por tantos leitores foi a escolha. É mau? Nem por isso. É bom? Nem por sombras. A minha opinião: uma estopada. Há quem goste, tudo bem, não é o meu estilo.
Empúsio, de Olga Tokarczuk - Tão bom este livro. Gostei muito, já li em Julho mas só ontem publiquei a minha opinião. Se nunca leram esta escritora, do que estão à espera?
Onde Crescem os limoeiros, de Zoulfa Katouh - Ainda não escrevi nada sobre este livro (talvez nos próximos dias isso aconteça) mas recomendo-o com todas as minhas forças. É maravilhoso. Triste que dói mas, mesmo assim, deixa-nos com aquele quentinho na alma. Adorei.
Estação onze, de Emily St. John Mandel - Gostei. Não é aquele livro imperdível mas lê-se bem e tem uma premissa engraçada (relembro que foi escrito antes da pandemia).
O Caminho dos Reis, de Brandon Sanderson - se carregaram no link, já perceberam que esta foi uma releitura. Comecei a ler esta saga em 2016 e desde aí nunca me cansei de a recomendar. Agora começou a ser editada em Portugal e eu, claro, tinha que reler. Foi uma óptima forma de começar as minhas férias. Horas e horas em Roshar. Gostei da tradução e espero que este livro se venda muito (é caro como tudo mas vale a pena) para que os restantes também sejam traduzidos e reeditados. Em dezembro falamos mais sobre Cosmere porque dia 06 sai o 5º volume.
Augusta B, ou as jovens instruídas 80 anos depois, de Joana Bértholo - Ainda não escrevi nada sobre esta novela porque, honestamente, ela é tão pequena que se o fizer posso estragar o prazer da vossa leitura. Gostei bastante, a Joana Bértholo não sabe escrever mal e este jogo entre Agustina e Augusta, uma jovem instruída 80 anos depois, é delicioso. Lê-se numa tarde.
Caderno Proibido, de Alba de Céspedes - Que boa surpresa foi este livro. Nunca tinha ouvido falar dele e peguei-lhe mais ou menos por acaso mas adorei e já o recomendei a várias pessoas.
Shuggie Bain, de Douglas Stuart - Mais uma excelente leitura que vai ficar a moer-me durante muito tempo. Recomendadíssimo.
O clube dos poetas mortos , de N.H. Kleinbaum - Perdoem-me a linguagem mas só tenho uma forma de dizer isto "mas que merda é esta?" Estamos resolvidos.
31 Faces de Terror, da Rita Santos - Uma surpresa boa para terminar as férias, com uma nova autora do género do terror. Mais um livro que vale a pena ler.
Agora estou a terminar o A desobediente, a biografia da Maria Teresa Horta escrita pela Patrícia Reis, e estou a gostar muito. E uma certeza já tenho: a biografia da Natália Correia (O dever de deslumbrar) será um dos livros que vou ler nos próximos tempos. Mas antes disso lerei o Pacto da Água, de Abraham Verghese, que não resisti a comprar e que quero muito começar a ler.
E vocês? O que têm andado a ler? Contem-me tudo...