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Ler por aí

Ler por aí

21
Fev24

45 Feeling 83

Patrícia

Dizem que a idade que importa é aquela que sentimos cá dentro. E tenho que admitir que não sinto os 45 anos que faço hoje (escusam de me dar os parabéns, este post não está a ser publicado no dia do meu aniversário, foi escrito nesse dia mas agendado para uma data aleatória, sem qualquer significado). Como costumo dizer #45feeling83. Claro que depende dos dias, há altura que ainda me sinto com 16 mas 99% do tempo é mesmo com 83 e uma vida a pesar-me cada passo. Acho que nunca gostei do meu aniversário - não confundam com algum problema em ficar mais velha - isso incomoda-me bola) - desde pequena que é um dia triste. Mas pior que ser um dia triste é um dia em que tenho que fingir alegria. E eu detesto fingir alegria. Fiz muita questão que a maioria dos meus amigos se esquecesse da data, nunca publiquei a data do meu aniversário nas redes sociais e consegui depurar ao máximo os "parabéns" vazios de significado. Dar-me os parabéns já é um esforço consciente de muitos - desculpem, não são vocês, sou eu. 

Nunca tentativa de fazer com que nunca mais tivesse que fazer um jantar de aniversário (uma vez uma grande amiga obrigou-me e passei todos o tempo a jurar a mim mesma que nunca mais iria fazer tal frete) decidi casar na mesma data - e agora tenho a desculpa perfeita para ir para fora neste dia. O universo castigou-me de tal forma que nem de lua-de-mel consegui ir. E no primeiro aniversário de casamento não chegámos ao comboio, uma gastroenterite (coisa que nunca mais entrou nesta casa) tratou do assunto. O que me deixa feliz é que o casamento se mantém há 14 anos (e nem sentimos o tempo a passar). Mas já não existem expectativas para comemorações. Aliás, há anos que nos recusamos a fazer marcações do que quer que seja, não há plano que funcione, preferimos apanhar o azar desprevenido.

 

 

14
Fev24

feliz dia dos namorados

Patrícia

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Imagem da campanha da APAV
 
Linha de apoio à vítima – 116 006

Os resultados do Estudo Nacional sobre Violência no Namoro 2024 apresentado hoje são, do pouco que já li, assustadores. Como é possível que em 2024 estejamos, continuemos ainda, a ter este género de comportamento, de legitimação da violência, da normalização do controlo ou do ciúme. Fala-se de “amor” enquanto estes estudos (e a realidade) demonstram que estamos a regredir.

Depois de ler esta entrevista a Margarida Pacheco, Coordenadora do projeto ART’THEMIS+, um programa de prevenção da violência de género na escola, da Associação UMAR, sabia que tinha que vos sugerir ler e reflectir sobre tanto do que aqui se diz.

Vou pegar num ponto desta resposta “Aquela coisa de incentivar as crianças a dizer quantas namoradas os meninos têm no jardim de infância é muito errada” e voltar àquele que é o meu tema recorrente neste dia de são Valentim: Não, as crianças não têm nada que celebrar o dia e terão mais que tempo de o fazer quanto tiverem idade para namorar.

De que forma é que essa violência e do amor romântico estão presentes no dia a dia? Deu o exemplo do cinema, por exemplo.
A questão do amor romântico está presente tão cedo nas nossas vidas… quando começamos logo a dizer às meninas que elas são princesas e precisam de um príncipe, por exemplo. E também logo para a questão de heterossexualidade, temos sempre esta ideia, que as crianças vão ser sempre pessoas heterossexuais. Sei que ainda é muito difícil na nossa cultura portuguesa incentivar a educação inclusiva no sentido de “atenção que há crianças que não são e não vão ser heterossexuais”, há a ideia que o casamento é um objetivo para as meninas e não é para os meninos. Não há mal algum no casamento, mas se falarmos de casamento, por que é que falamos mais para as meninas do que para os meninos? Fazemos logo aqui uma diferença muito grande. Que para os meninos é importante terem um emprego muito bom, e para as meninas é “vocês podem estudar” - aliás, há mais mulheres no ensino superior - mas, depois, chega uma certa idade e o objetivo é ser mãe e casar. Sei que as pessoas não fazem por mal, é a nossa sociedade, a nossa cultura, é aquilo que nos é ensinado. Temos que seguir aqueles passinhos: ir para o ensino superior, namorar, casar, ter filhos… Atenção com a idade, pois também ser uma mãe muito jovem é muito mal visto, mas ser mãe muito mais velha também é muito mal visto. Aquela coisa de incentivar as crianças a dizer quantas namoradas os meninos têm no jardim de infância é muito errada. As pessoas não fazem por mal, mas já estamos a sexualizar as crianças e temos muito este debate da educação sexual nas escolas - que é um direito e não um dever - nada tem que ver com sexo ou relações sexuais, tem que ver com a nossa sexualidade. O consentimento, a comunicação, o aceitar o nosso corpo, dizer sim, dizer não… As pessoas que dizem que não acham que a educação sexual deve ser realizada em crianças, muitas vezes são as mesmas pessoas que perguntam quantos namorados ou namoradas tens. É um comportamento contraditório.
11
Fev24

como ser feliz no carnaval

Patrícia

Desde que me lembro de ser gente que não gosto do carnaval. Mesmo quando a minha mãe me arranjava máscaras giríssimas, eu lembro-me de não estar feliz. Acho que nunca gostei de alturas em que fosse obrigada a estar feliz por decreto. Essa obrigação sempre exacerbou a minha tristeza. Tento nascido numa terra em que o carnaval é parte da cultura e nos está nos genes (acho que tinha dias a primeira vez que fui à Batalha das Flores) sempre fui um ser estranho naquele meio. Não tenho uma memória feliz do Carnaval propriamente dito mas tenho várias daqueles dias. Carnaval para mim não é sinónimo de brincadeira e alegria mas é sinónimo de...regueifa. Sim, leram bem, regueifa. Eu explico. Passava sempre o Carnaval na casa da minha avó, era uma espécie de tradição familiar encontrarmo-nos todos por lá.  E no dia de carnaval o meu tio trazia sempre regueifa para todos. Chegar a casa no domingo de carnaval à tarde e comer regueifa com manteiga era já uma tradição e nunca deixo de lembrar dele nestes dias ou quando como regueifa (a que sempre chamei pão doce mas isso é outra história). 

Carnaval para mim não é sinónimo de folia, bailes ou máscaras.  Carnaval para mim é sinónimo de...livros. Eu explico. Ir à Batalha das Flores, assim se chama o Carnaval de Loulé, era quase uma obrigação. A minha mãe chateava-me a moleirinha para ir com ela ver passar o corso à avenida. Como uma tia minha minha morava num apartamento cuja varanda dava para a dita avenida era para lá que íamos. Eu nunca me esquecia de um livro. Enquanto elas se debruçavam na varanda a ver passar os carros alegóricos, eu mergulhava num qualquer mundo enrolada no sofá. E assim passava a tarde a ser feliz com os meus livros. 

06
Fev24

esse vai para a lista

Patrícia

Sempre que tenho um fim de semana em que não tenho oportunidade de ler – tempo tenho, opto é por fazer outras coisas – sinto sempre que não ando a ler nada de jeito. Sei lá, é mais forte que eu e este foi um fim de semana de muita outra coisas e pouca leitura – umas páginas antes de adormecer de kobo na mão e óculos na cara. Mas andar a ler pouco não significa que tenha menos vontade de ler…tudo. (Sim, é nesta altura que imagino o José Rodrigues dos Santos a dizer “Tudo, elas querem ler Tudo”)

Acho que isto é algo com o qual a grande maioria dos leitores se identifica – esta vontade ler mais do que conseguimos – e que pode criar uma certa ansiedade. Se eu fosse uma pessoa de listas (que não sou, a não ser que contemos com a lista imaginária de que falo quando digo “esse vai para a lista” ou “esse está na lista”) a minha lista de livros que “quero muito ler” seria interminável e uma constante fonte de ansiedade. E olhando para o grupo de whatsapp da malta dos livros, não sou a única a ficar cheia de vontade de ler tudo e acabar por ler quase nada.

As redes sociais não ajudam – estamos constantemente a ser bombardeados por novos lançamentos, re-lançamentos, pré-lançamentos e opiniões que nos fazem tirar notas (mentais) e salivar por mais uma leitura. 

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