it´s been four chapters since I checked my phone
A verdade é que vou poucas vezes a livrarias. Apesar de ler bastante (em termos genéricos, claro, que eu não considero ler tanto assim) não passo muito tempo a procurar livros nem tenho o tempo que gostaria de ter para me perder nas livrarias. Ainda assim às vezes acontece ir comprar um presente e folhear livros. Foi assim que encontrei este Quem Sabe, da Pauline Delabroy-Allard. Gostei da premissa e comprei-o para oferecer. O tempo passou, o talão de troca expirou e decidi ficar com o livro para mim (e comprar outro para oferecer à minha amiga, com talão de troca em dia). Excelente decisão porque estou a gostar imenso do livro. Publiquei esta foto nas minhas redes sociais e, claro, o sucesso foi o marcador de livros.
O marcador, comprei-o na minha mais recente viagem de trabalho, juntamente com alguns livros. De há uns anos a esta parte decidi trazer sempre um livro de um escritor "local" quando vou a outro país. Desta vez e porque a livraria onde fui era um mundo maravilhoso de livros e merchandise para quem gosta de livros (nós por cá exploramos muito pouco esta faceta do livro-objecto e das merdices que nós leitores adoramos) trouxe também algumas coisas, incluindo este marcador.
Auto-explicativo, faz-me pensar na dificuldade de concentração que todos sentimos - não vale a pena dizerem que não - e no apelo incessante que a internet no geral e as redes sociais em particular exercem sobre nós. Todos teremos a nossa própria forma de lutar contra essa perniciosa influência que nos rouba o tempo para ler ou para fazer outras coisas de que gostamos. E todos encontramos algum tempo para fazer essas coisas de que realmente gostamos. Ou não, mas isso também é uma escolha.
Mas e a miudagem? Ler é maravilhoso mas a verdade é que às vezes precisamos estar aborrecidos para o perceber. Nada estimula tanto a leitura como o "não tenho nada para fazer". Mas hoje em dia a criançada já tem poucos momentos disso, desse ócio que estimula a imaginação e que tantas vezes dá em asneirada da grossa (o chamado "tempo livre para inventar") ou em "só vou ler isto porque não tenho mesmo mais nada para fazer". E quando nós, adultos, não damos o exemplo e raramente pegamos num livro...bem, como queremos que eles se tornem leitores?