Leituras conjuntas
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As leituras conjuntas são uma óptima forma de tirar livros da estante que, de outra maneira, lá ficavam a ganhar pó enquanto esperavam pacientemente pela sua vez. As leituras conjuntas são uma óptima maneira de manter um ritmo de leitura. As leituras conjuntas são uma fantástica maneira de conhecer gente da nossa "tribo". As leituras conjuntas são, acima de tudo, uma óptima maneira de falar de livros. Mas....
Ter a oportunidade de ler um livro e discuti-lo, falar sobre ele, poder partilhar aquele choque, aquela lágrima, aquele sorriso, é maravilhoso. Adoro a ideia de leituras conjuntas. Mas na prática não me dou com elas. Na verdade sou a fraude das leituras conjuntas)
Estou neste momento a ler em modo "leitura conjunta" o maravilhoso "O Conde de Monte Cristo" de Alexandre Dumas. Quando a Elisa me falou pela primeira vez deste projecto nem pensei duas vezes e disse-lhe que também entrava. Há muito tempo que queria reler este clássico que é um dos meus livros favoritos. Li-o e reli-o inúmeras vezes na adolescência (de tal forma que os meus livros - tenho em versão trilogia - estão a desfazer-se, as páginas ficam-me nas mãos quando lhes toco, enfim, são livros que mostram ter sido muito amados) e achei que esta era uma boa oportunidade para o fazer. É giro ir vendo as reacções e previsões (imaginem-me com um riso à Mutley e não estarão muito longe da verdade) e maravilhoso ver como este livro está a agradar. É muito bom ter a oportunidade de discutir certos episódios do livro.
Mas deixem-me fazer-vos uma confissão que vos vai fazer entender porque é que eu não me dou com leituras conjuntas: eu não cumpri uma única das metas de leitura. Eu passei todas e na verdade eu já acabei de ler o livro (releitura, só leio um livro de cada vez, sou viciada neste livro, etc, etc). Sendo uma releitura, ninguém estava ali à espera das minhas reacções mas se assim não fosse a leitura tinha deixado de ser conjunta para mim...
Seria também normal eu não ter cumprido as metas por não ter lido o suficiente para acompanhar o ritmo. Nunca me dei bem com o ritmo dos outros e tanto sou capaz de devorar livros como de ler uma página por dia.
Esta não é a primeira vez que entro numa leitura conjunta - as outras, menos formais, foram mais leituras paralelas que conjuntas porque o ritmo das pessoas envolvidas nunca foi o mesmo).
O que eu aprendi com esta experiência é que só me posso meter em leituras conjuntas de livros que já li. Será a única forma da coisa resultar mais ou menos e de não defraudar as restantes companhias literárias.