Três coroas negras, de Kendare Blake
Apetecia-me ler um livro "pastilha elástica" e escolhido foi este "Três Coroas Negras".
Quando pego num livro destes tento não ter grandes expectativas porque sei que este é um género que permite (quase) tudo: romance, filosofia, política.
A premissa deste livro é interessante q.b: três irmãs com poderes distintos (uma naturalista, uma envenenadora e uma elemental) que ao chegar aos 16 anos iniciam uma luta de morte até que uma delas suba ao trono.
Assim uma espécie "jogos da fome" com uma intriga política e feminista.
Neste caso vi-me perante um YA (o que geralmente não me agrada) e, acima de tudo, um romance disfarçado (o que ainda me agrada menos). E tive pena porque isto tinha tudo para ser algo bem mais intrincado e interessante.
Vamos por pontos:
Vamos sendo apresentados às três rainhas, e à forma como cada uma foi educada, à vez em capítulos distintos. Esta forma de apresentação é bastante utilizada nas sagas de fantasia mas geralmente um livro acaba sempre por se focar mais numa das personagens que nas outras. Neste caso não senti essa divisão de forma relevante (apesar da história pender mais para o lado da Arsinoe, a naturalista). Pessoalmente não me incomodou apesar de achar que a história tinha bastante a ganhar com isso.
Gostaria de ter conhecido mais acerca da história do mundo, das tradições e do "sistema de magia". Pouco explicito, sem bases que me fizessem acreditar naquele universo (senti-me a ler um conto de fadas) e a revelação final fez-me revirar muito os olhos. Para além de ser (mais ou menos) óbvia não foi lá muito credível. E vai uma aposta que "aquela" não é a única troca lá do sítio???
Nem vou perder tempo a falar de triângulos amorosos ou do "poder do amor", ok? (os YA "perdem-me" sempre aqui).
Há personagens interessantes nesta história e que têm potencial. Das "rainhas" a que me parece ter mais potencial é a Katherine que, ou muito me engano, ou vai ser desconsiderada muito rapidamente. Mas são as personagens secundárias (e não, não estou a falar da Jules) que me parecem mais interessantes. As mentoras, acima de tudo. Aquelas que estão a puxar os fios das marionetas.