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Ler por aí

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30
Jan19

A saga de Alex 9: A guardiã da Espada

Patrícia

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Deixem-me começar por dizer que não gosto da capa e não gosto da referência ao George Martin  Português. Estas duas coisas quase me fizeram passar ao lado deste livro. Resolvi dar-lhe uma oportunidade porque quero começar a ler mais ficção científica e fantasia portuguesa. E depois da acabar de ler o primeiro livro da trilogia (esta edição contém os 3 livros, o que é uma excelente ideia) não me arrependo. 

Em primeiro lugar deixem-me contextualizar este livro: foi publicado (e muito bem, no meu ponto de vista) numa colecção "Teen". É um livro pequeno, direccionado a adolescentes e é o início de uma saga de ficção científica. É um livro de construção do mundo. Ou, neste caso de mundos. 2 para ser mais precisa.

Uma das coisas que me atraiu, que considero extremamente relevante e importante é que o herói desta jornada é uma mulher. É importante para meninas e meninos que haja alternativa ao comum herói. Claro que há sagas em que a personagem principal/heroína é uma mulher mas, neste caso, a heroína é apresentada como uma lutadora, uma protectora, na verdade uma máquina de guerra. Outra coisa que me deliciou foi a total ausência de romance. Ah, como gostei disso. E sim, eu sei que ficou a ideia de um romance, que isso vai mudar nos próximos volumes mas não faz mal. Eu não sou contra todo e qualquer romance (euzinha, casada e feliz que sou). Só sou contra a inevitabilidade do romance. O romance, a existir, será secundário. Mesmo quando o amor se desenvolver e se intrometer no caminho, a minha aposta é que não será um amor romântico tradicional. 

Achei a apresentação dos mundos (a terra futurista - a parte sci-fi deste livro - e a terra medieval - deve ser daqui que vem a comparação com o Martin) muito bem conseguida. Quem lê este género de livro sabe que a primeira impressão é sempre de confusão e resistência mas a transição de "estou a ler um livro de fantasia" para "estou a viver esta aventura com a Alex" é rápida e natural.

Para já prefiro não falar muito acerca desta história que está, claramente, incompleta. 

O tabuleiro está montado, cada personagens tem o seu lugar. As primeiras alianças estão feitas. Para o bem e para o mal, os lados estão escolhidos (e claro que se espera ainda algumas surpresas neste aspecto mas a coisa não teria piada de outra forma) e os dados estão lançados.

Quem me dera ter tido este livro nas mãos quando tinha 15 anos. 

 

 

29
Jan19

A última ceia, de Nuno Nepomuceno

Patrícia

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A frase de Pablo Picasso "Os maus artistas copiam. Os bons roubam" ganha toda uma outra dimensão assim que percebemos a ousadia do autor que decidiu roubar um quadro. 

Eu sei que isto não é uma trilogia (pelo menos é o que o Nuno diz) mas a minha expectativa era que este livro se debruçasse na terceira "religião do livro" , o Cristianismo, uma vez que do Islamismo o autor tinha tratado no "A célula adormecida" e  do Judaísmo no "Pecados Santos". Ora, como iria o Nuno fazer isso era algo que me deixava na expectativa uma vez que o que não falta por aí são thrillers baseados em teorias, dos mais diversos géneros, relativas às personagens mais marcantes do Cristianismo. E o Nuno resolveu... roubar um quadro. Claro que não podia ser um quadro qualquer, ele tinha que escolher logo o "A última ceia".

Como leitora, impressionou-me a pesquisa que, uma vez mais, se torna visível a cada página. E a forma como toda essa informação nos é transmitida, sem nos maçar, nem nos aborrecer. Não conhecendo muito de arte (nem da comum quanto mais da sacra) agradeci o que aprendi e que essa ignorância não me impedisse de apreciar o decorrer da história.

Este é um livro diferente dos anteriores. Não é tanto o "quem" mas sim o "como" e o "porquê" que nos levam a ler página após página. 

A sinopse prometia-nos um romance. E um assalto. E uma história que não nos deixasse pôr este livro de lado. Claro que, quando começamos a ler um livro destes, estamos conscientes que vamos ser enganados. E depois do que o Nuno fez no "Pecados Santos", eu já não confio nas personagens criadas por ele (desculpa Nuno mas é verdade) pelo que estou de pé atrás a cada momento. 

O autor não roubou apenas um quadro (ou três, sequer). Como podemos ver pelas notas finais (que são, como o Nuno me disse, "como o nome indica, para ler no fim e não no início") também roubou vários acontecimentos à realidade. E isso fez-me olhar para determinados acontecimentos com outros olhos (a verdade é que não há ficção literária que bata a realidade). 

Eu sei que não vos falei da história, não é? Mas a verdade é que não vos quero estragar o prazer da leitura deste livro.

Uma nota final para um reencontro. O Afonso Catalão, apesar de não ser protagonista desta história, tem um papel aqui. E o Afonso é o meu personagem favorito de todos os livros do Nuno. Foi bom, muito bom, ver como ele (e a Diana) reagiram aos acontecimentos do livro "Pecados Santos". Uma das coisas que me irrita sobremaneira neste género de livros é que, na maioria das vezes, os acontecimentos passados, sejam ou não traumáticos, ficam no passado assim que são "resolvidos". Felizmente isso não acontece aqui. O Afonso está nestas páginas com todas as dores que trouxe do passado. E isso deu-lhe, uma vez mais, uma dimensão real.

Acho que fica apenas por dizer, se é que não o perceberam já, que gostei muito deste livro.

24
Jan19

Foi bonita a festa!

Patrícia

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Foi mesmo. Falo, claro, da apresentação do mais recente livro do Nuno Nepomuceno, o A última Ceia. 

A apresentação ficou, e muito bem, a cargo da jornalista e escritora Ruth Manus, do Presidente da Associação Portuguesa de Museologia, João Neto e do editor da Cultura Editora.

Não foi surpreendente ver o carinho com que tanta gente fez questão de ir à apresentação deste livro. Tantas vezes oiço realçar e elogiar a postura de respeito do Nuno em relação aos leitores e ontem percebeu-se o quão os leitores o respeitam também.

A escritora Ruth Manus foi divertida e simpática e arrancou de toda a gente boas gargalhadas, dando o mote para uma tarde bem passada. Deixo-vos abaixo um pequeno vídeo de quando ela resolveu fazer algumas perguntas ao Nuno. O Dr. João Neto foi, para mim, a grande surpresa. Sem peneiras algumas foi divertido e falou-nos um bocadinho de arte. E deixou-nos um muito importante recado: leiam este livro, apoiem a cultura e leiam, leiam, leiam. 

O Nuno... bem, o Nuno foi igual a si próprio. Simpático e meio encabulado, sempre de sorriso pronto e pronto a assinar todos os livros e a falar com todos os leitores.

Foi bonita a festa.

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22
Jan19

Vou ali à livraria e já volto

Patrícia

É dia 22 de janeiro e ainda não comprei nenhum livro este ano. Ao contrário do que estão a pensar não digo isto com grande alegria, como se estivesse a fazer um enorme esforço. Não estou.

Simplesmente não tenho tido tempo para ir a nenhuma livraria laurear.

É verdade que recebi um livro de oferta, o A última Ceia, do Nuno e que não tenho lido muito (o tempo, sempre o tempo, essa coisa tão escassa) mas a verdade é que ainda não comprei nada.

Raramente compro online (excepto ebooks, claro) porque gosto muito de ir à livraria e escolher um ou mais livros. Compro geralmente por impulso. Gosto de me deixar atrair por um título, por uma capa, por um nome e de ali ficar, um bocadinho, a ler a sinopse. Gosto de ir à procura de livros novos ou velhos dos meus escritores favoritos. Raramente compro um livro de uma lista. Claro que há livros que eu sei que vou comprar, mais cedo ou mais tarde mas estou a falar de outra coisa. Falo daqueles livros que vamos adicionando à lista porque ouvimos alguém falar deles ou porque vimos um post, ficámos interessados e escrevemos aquele nome num caderno. Se me interessar realmente, realmente, não vou precisar de listas e vou comprar o livro da próxima vez que entrar numa livraria. 

Também não faço nenhum esforço consciente para não comprar livros. Eu gosto de livros, gosto de os ter e gosto de comprar livros e não me sinto minimamente culpada por isso. Não compro por atacado, nem compro livros que não tenho intenção de ler, nem compro livros quando não tenho dinheiro para isso... por isso, porque raio me deveria sentir culpada?

A verdade é que é dia 22 e eu ainda não comprei nenhum livro. Tenho que ir à livraria.

 

20
Jan19

Quem lê como nós

Patrícia

As "pessoas dos livros" gostam de falar. Muito. Especialmente sobre livros.

Eu sou, também, uma pessoa dos livros. E também gosto muito de falar (bem, já gostei mais mas isso é outra história, talvez um dia fale sobre isso).

Com esta brincadeira dos blogs (e se eu for lá atrás, ao meu primeiro blog, percebo que já ando nisto desde 2006), mesmo sendo esquiva e quase anónima, fiz imensos amigos. Tudo começou com o convite do Nuno para ir à Roda dos Livros, um grupo de leitores. A Roda dos livros e a Biblioteca onde nos encontramos tornou-se uma espécie de segunda casa onda me encontro comigo e com outros iguais a mim. Mais do que um encontro de leitores é um encontro de amigos.

Durante algum tempo juntei-me a um outro grupo de leitores, a Comunidade Leya ou Leya em grupo, em que aprendi imenso. Pela primeira vez tive leituras obrigatórias e não me dei mal. Tive oportunidade de conhecer escritores e de, tal como na Roda, aprender com quem sabe bem mais do que eu desta coisa chamada "Livro". Li livros que nunca teria lido de outra forma e senti-me pequenina ao perceber o quão pouco conheço da Literatura Portuguesa. Este grupo acabou mas ainda sinto saudades daquelas noites na Buchholz.

2019 começou e surgiu a oportunidade de passar uma tarde de chuva com um outro grupo de leitores. Pessoas dos blogs e dos canais que se juntam, com chá, risos e livros, para uma tarde de conversa e partilha. À Elisa, à Maria João, à João, à Vera, à Cristina, à Cris, à Isa e à Dora resta-me agradecer o terem-me recebido tão bem e terem partilhado comigo o seu tempo e os seus livros.

Se sinto que ler faz bem porque me permite fugir para outros mundos, fazer parte destes grupos é importante para a minha sanidade mental especialmente porque percebo que não sou tão alienígena como tantas vezes pareço. São horas de paz, de partilha e de aprendizagem. Não é, para mim, uma questão de aumentar a lista de livros a ler. É acima de tudo, ter a oportunidade de ouvir outras opiniões, outros pontos de vista. É ouvir o porquê de alguém ter pegado e gostado de um livros de que eu fujo a sete pés. É explicar aos outros porque um livro, um personagem me marcou tanto. E todas as pessoas dos livros sabem que este tipo de conversa só se pode ter com quem lê como nós.

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16
Jan19

A mão esquerda das trevas, de Ursula K. Le Guin

Patrícia

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Escrito em 1969, por Ursula K. Le Guin que com ele ganhou o Nebula e o Hugo, faz parte do ciclo Hainish mas lê-se perfeitamente a solo.

Andava com vontade de pôr as mãos neste livro há muito mas há livros que nos fogem. Começo já por vos dizer que gostei muito mas que preciso relê-lo. Há livros assim, que precisam ser lidos e relidos. Posso dizer-vos que assim que o teminei voltei a ler os primeiros capítulos. 

Não sei do que estava à espera (sou leitora de fantasia mas não sou grande leitora de Ficção ciêntifica - estou a mudar isso) mas não era disto. E ainda bem. 

Esta é a história de Genly Ai, nativo do planeta terra, que vai em missão (em nome do Ecuménio - o orgão governativo interplanetário) para Gethen (ou Inverno), um planeta que, tal como o nome indica, vive numa era glaciar. 

A missão? Convencer as nações daquele planete a juntarem-se ao ecuménio e assim estabelecerem, com os restantes 84 planetas, relações comerciais, de partilha de tecnologia e de comunicação. Não há invasões nem as haverá: um único homem é enviado como prova disso. Tempo é coisa que não falta ao Ecuménio (afinal o planeta mais próximo está a 17 anos-luz de Inverno).

Assim, temos Genly Ai a tentar convencer Karhide (principal região de Gethen) a juntar-se à coligação interplanetária de forma a que Orgoreyn e as restantes regiões do planeta lhe sigam o exemplo. Desde o início que o principal apoiante de Genly é Estraven que não só acredita nele como apoia a sua causa junto do rei. Mas na véspera da audiência com rei de Karhide, Estraven retira-lhe o apoio...

Gethen, para além de ser um planeta inóspito e gelado, tem a peculiariedade de que os seus habitantes são andróginos e apenas uma vez por mês entram em Kemmer, um período de sexualidade activa onde podem assumir o género feminino ou masculino. A vivência destes períodos de sexualidade activa é de tal forma aberta que não há crime sexual em Inverno. E o incesto é permitido.

Uma pausa para reflectir um bocadinho nisto. Um ser que pode ser mãe de um filho ( quando engravidam assumem 9 meses de género feminino) e pai de outro. 

Aquilo que mais chocou Genly quando chegou a este planeta foi precisamente esta questão. Como se relacionar com outro ser que não é homem nem mulher mas ambos simultaneamente?

Quais são as consequências sociais desta androginia?

Ursula K Le Guin pensou esta sociedade e estes seres. E nós, leitores? Como os conseguimos imaginar? Em primeiro lugar é simples, nós temos uma palavra para isto mas na prática é muito mais difícil: só temos os pronomes ELE e ELA para usar  e nenhum deles é neutro por isso, queiramos ou não, usamos o pronome pessoal MASCULINO para cada um dos habitante de Gethen. Para além disto (patente em cada página deste livro) temos a associação de características masculinas e femininas extremamente estereotipadas - várias vezes temos Genly a dizer que viu características femininas em Estraven ou no Rei - sejam doçura ou vontade de mexericar, por exemplo.

Uma das partes menos conseguidas do livro que, ainda assim, é uma excelente reflexão sobre igualdade e identidade de género (não consegui não fazer alguns paralelismos com o livro Orlando, da Virginia Woolf), é que todas as relações em Gethen (a não ser que eu tenha perdido alguma coisa, o que é possível) são heterossexuais - se em Kemmer, duas pessoas sentem atracção, uma manifesta-se como mulher, outra como homem. Isto torna-se bastante mais relevante na parte final do livro.

A escritora tenta imaginar uma sociedade sem tensão sexual, nem que o sexo ou o género, interfira nas decisões e na sociedade e isso é extremamente interessante.

Os jogos políticos também são uma constante ao longo do livro mas não se tornam uma questão tão proeminente como tudo o resto. Como todas as dualidade que são expostas ao longo destas páginas: mulher/homem, Luz/Trevas, confiança/traição, amizade/solidão, vida/morte.

Até aqui falei-vos, muito superficialmente, das questões que saltam à vista, que estão na capa e contracapa e em qualquer sítio onde se fale deste livro. Falta uma. Falta aquela que é, para mim, o verdadeiro tema deste livro, aquele que sobra depois de retiradas todas as camadas superficiais, as políticas, de género, culturais ou sociais: amizade. Por que a jornada de Genly Ai não pode ser dissociada da jornada de Estraven.

 

 

 

 

14
Jan19

Encontro marcado!

Patrícia

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Temos encontro marcado no próximo dia 23 de Janeiro, às 18h30 (ou um bocadinho antes para 2 dedos de conversa), na FNAC do Colombo para assistir à apresentação do último livro do Nuno.

Por tudo o que já ouvi sobre o livro estou bastante curiosa e quero muito conhecer esta história, saber em que ponto estão o Afonso e a Diana depois de tudo o que lhes aconteceu em Pecados Santos e como se conseguiu o Nuno superar uma vez mais.

 

 

13
Jan19

TAG | PostScript 2018

Patrícia

1. O livro mais longo que leste este ano e o livro que demoraste mais tempo a ler.

Não sei se foi o que demorei mais tempo a ler (não registo esse tipo de dado) mas não tenho grandes dúvidas que foi o maior. Falo de Oathbringer  do Brandon Sanderson. O goodreads diz que tem 1248 páginas. É M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O.

2. Um livro que leste este ano fora da tua zona de conforto.

2018 foi um ano de excelentes leituras mas a minha zona de conforto é relativamente grande pelo que o único que posso considerar ser diferente do que leio habitualmente é o  Os brancos também sabem dançar  de Kalaf Epalanga. Não sou propriamente fã de Kuduro e sendo uma mistura de biografia, ficção e ensaio foi definitivamente um desafio. E um desafio superado. Só tive pena de não ter conseguido estar na sessão da Comunidade Leya com o autor para a qual li este livro.

3. Quantas releituras fizeste este ano?

Antes de começar a ler o Oathbringer (o 3º volume dos Stormlight Archives) reli (versão audiobook) os dois primeiros volumes, The Way Of Kings e Words of radiance. Comecei essas releituras em 2017 e terminei-as em 2018. Não me lembro se reli mais alguma coisa.

4. Releitura favorita do ano.

Sem dúvida Words of Radiance.

5. Um livro que leste pela primeira vez este ano e que desejas reler em breve.

Aqui, em jeito de provocação, vou ter que referir o  Elantris . Ando a tentar convencer umas meninas a arriscar e ler fantasia e esta é uma excelente forma de começar a ler Sanderson. Se isto algum dia for para a frente, eu releio Elantris para acompanhar essa leitura.

6. Conto ou novela preferido deste ano

Não leio muitos contos nem muitas novelas. Este ano acho que só li os que constam da antologia Arcanum Unbounded e o conto que a Márcia escreveu para a antologia dos novos escritores da FNAC. Do Arcanum escolho o Mistborn Secret History e o conto da Márcia foi o Ponto de fuga.

7. Um livro de que gostaste e que recomendarias abertamente a um leque variado de leitores.

Posso escolher vários? A distopia da Patrícia Reis Por este mundo acima vale a pena ser lida e sendo um livro pequeno pode agradar a muita gente, o clássico  Jane Eyre é sempre uma excelente opção e o maravilho Jogos de Raiva do Rodrigo Guedes de Carvalho entrou directamente para o meu TOP de livros a aconselhar.

8. Um livro de que gostaste, mas que não recomendarias abertamente.

Tenho que, nesta categoria, escolher o Pão de Açucar do Afonso Reis Cabral. E só não recomendo abertamente ou seja não recomendo a todos porque já percebi pelas pouco entusiastas opiniões que por aí andam que é um livro que não é para toda a gente. Não é para quem espera um texto jornalístico com novas e bombásticas revelações e não é para quem espera um final diferente. É, acima de tudo, para quem quer reflectir sobre a sociedade em que vivemos. 

9. Reflecte no teu ano enquanto criador de conteúdo.

ehhh Eu não sou grande criadora de conteúdo mas vou interpretar isto como uma reflexão acerca deste blog e da minha presença na "blogosfera livresca".

Este foi um ano um bocadinho estranho neste aspecto. O blog esteve a meio gás durante muito tempo, houve dias em que esteve quase, quase, "a morrer de morte matada" mas acabou por ir sobrevivendo. Fiz mais posts de reflexão e de comentários gerais que de opinião de livros e, muito graças aos destaques que o sapo foi fazendo ao longo do ano, aumentaram bastante os leitores. Pela primeira vez perdi a paciência com um comentador. Podem não concordar comigo à vontade, podem discutir tudo o que quiserem, não me passem lições de moral nem de estupidez que eu não só não tenho paciência para isso como tenho um mau feitio dos diabos. Da próxima vez que acontecer, terei ainda menos paciência. 

Este ano mergulhei em Cosmere, o universo criado por Brandon Sanderson. Isto significou ter que me afastar de outras leituras durante boa parte do ano. Não me arrependo nem um bocadinho. Foram leituras estimulantes, que me deram imenso gozo  e que pretendo continuar a fazer. 

Continuei a ler bastante escritores Portugueses e a achar que se escreve muito bem por cá. Fico bastante feliz por ver tantos projectos de leituras em Português e que começa a haver uma preocupação para ler na nossa língua, os nossos escritores. Acho que ficamos todos a ganhar.

10. TAGGa outros.

Quem quiser pegar nesta TAG sinta-se à vontade para o fazer e depois deixe-me o link que vou gostar de ver as v/ respostas.

Obrigada Isa por me marcares para fazer a TAG. 

Deixo-vos o link do vídeo da Isa:  https://www.youtube.com/watch?v=jctriMgBM4Y

Vídeo Original do Adam no canal MementoMori: https://www.youtube.com/watch?v=yydtcQRDtMU

Tradução para PT do Aprendiz de Leitor: https://www.youtube.com/watch?v=pmbW-lqIFBA

 

 

 

12
Jan19

TAG: 19 desejos, objectivos ou ideias para 2019

Patrícia

Fui desafiada pela Beatriz para criar uma lista de 19 desejos, objectivos ou ideias para concretizar em 2019.  Ela inspirou-se no podcast Happier, apresentado pela escritora Gretchen Rubin e pela sua irmã Elizabeth Craft.  Vamos lá ver o que consigo fazer.

  1. Ler todos os dias
  2. Ler escritores portugueses
  3. Ler mulheres
  4. Ler escritores de que nunca ouvi falar
  5. Ler contos
  6. Ler poesia
  7. Ler ensaios
  8. Ler jornais
  9. Ler não-ficção
  10. Ouvir Audiobooks
  11. Ler/Ver noticias internacionais
  12. Não falhar encontros do clube de leitura
  13. Ver mais TED Talks
  14. Divertir-me a aprender mais sobre Cosmere
  15. Escrever finalmente a opinião sobre um dos melhores livros que li no ano passado (Pode um desejo imenso, de Frederico Lourenço)
  16. Escrever mais no blog
  17. Reler livros
  18. Ter paciência 
  19. Não me preocupar minimamente se não cumprir o objectivo nº1 ou qualquer um dos outros.

Beatriz, olha que eu não sou nada de objectivos mas eu tenho, de facto, estes objectivos em mente. Tenho cada vez mais a preocupação de me inteirar do que se passa à minha volta, no país e no mundo. Faço-o muito à conta dos livros que leio. 

Obrigada por me teres desafiado a fazer esta lista e a comprometer-me em público :)

 

08
Jan19

Confesso-me... preconceituosa

Patrícia

Neste blog geralmente só abordo temas relacionados com livros e literatura mas hoje venho falar-vos de algo um bocadinho diferente.

Confesso-vos que o meu sentido de humor é... algo entre o negro e o parvo (tenho um amigo que me manda todas as piadas secas que encontra porque diz que sou a única pessoa que se ri com aquilo). A verdade é que não perco muito tempo com cenas de humor (mas já prometi a mim mesma que este ano vou a um espectáculo de stand-up) e não gosto da maioria dos humoristas que conheço (sendo que são apenas os que vão dando um ar da sua graça na TV). Vou dando uma olhadela aos vídeos da Bumba na Fofinha e leio o blog Por falar noutra coisa há alguns anos e pouco mais.

Quando começou o podcast Sem barbas na Língua comecei a ouvi-lo mais por causa do Hugo Gonçalves que do Guilherme Duarte e, apesar de pouco se falar lá de livros, sou ouvinte assídua porque me sinto outra vez no meio das conversas dos meus amigos de faculdade (e com a mesma vontade de, às vezes, lhes dar um par de estalos e outras um beijinho na testa).

Num dos últimos episódios do podcast o convidado foi o Dário (aka Môce dum Cabréste)  que eu conhecia apenas ligeiramente (há uns anos ele fez um vídeo qualquer acerca de quem "gosta de chuva" e tive umas 10 pessoas a mandarem-me o link) e fiquei muito surpreendida. Para além do sotaque maravilhoso (eu sou, para grande tristeza minha, uma algarvia sem sotaque) gostei tanto de o ouvir que acabei por subscrever o seu Segundo podcast e tenho andado a ouvir os pódios do moço.

Eu, que sempre fui um bocadinho preconceituosa com canais/blogs/podcast de humor, tenho andado a ouvir humoristas a falar de coisas mais ou menos sérias e tenho que admitir que vale a pena ouvi-los. 

Uma das coisas de que sinto falta nos blogs/canais sobre livros (e mea culpa faço porque eu raramente escrevo sobre algo para além dos livros aqui) é a discussão de temas actuais (com excepção da Sara, claro). Às vezes sinto que os leitores actuais se escondem dentro dos livros, fazendo questão de ignorar a realidade (fico sempre chocada quando um leitor diz/escreve que não lê jornais, por exemplo) quando a literatura também serve (ou "serve acima de tudo") para compreendermos e discutirmos o nosso tempo. E dou por mim a encontrar essa discussão nestes podcasts. E a sentir-me muito mais "em casa" a ouvir algumas destas conversas que ler alguns blogs ou a ouvir alguns canais "literários". 

ah e depois há isto:

 

 

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