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Cada momento é a convergência de muitos caminhos, de muitas escolhas, de acasos, de coincidências, de erros, de sucessos. Cada momento de cada um de nós é cheio de momentos dos outros, de escolhas dos outros e também nossas.
Assim é este livro. Um livro que contém muitos livros. Uma história cheia de histórias. O fio condutor é-nos indicado logo de início e é impossível ficar indiferente a um Santiago menino, é-nos impossível não sofrer com Santiago, uma e outra vez. Mas também me foi impossível não ficar atraída pela solidão, pelas sombras de Santiago, o homem.
Um livro que nos conta a solidão, a busca pela redenção, o espiar da culpa, o sofrimento e a violência.
Este é um livro cheio de referências, cheio de música, cheio de pintura. Tal como há quem, no livro, traga à vida determinadas obras, também nós as visualizamos, as imaginamos, as procuramos.
Sabemos desde o início que caminhamos, com constantes viagens ao passado para um acontecimento fantástico, um acontecimento brutal, daqueles que marcam a viragem do tempo.
Mas mais do que curiosidade em desvendar esse mistério, foram os personagens, as suas histórias que, livro após livro, me mantiveram agarrada a esta história.
E há aqui personagens fantásticos. Os meus preferidos, Laura e Ismael. E Santiago, claro. Mas o vazio de Laura entristeceu-me e a solidão e a perda de Ismael partiram-me o coração.
Não é um livro fácil este. Nem sequer é um livro feliz ou bonito. Mas é, sem dúvida, um livro magnífico.
Espero que seja um livro lido. Apesar de achar que o escritor o merece, digo que acho que deve ser um livro lido por causa de cada leitor. É um livro que nos desafia a cada página.