12
Mar14
The Cuckoo’s Calling, de Robert Galbraith (ou J.K. Rowling)
Patrícia
Omundo literário explodiu quando descobriu que a escritora da saga Harry Pottertinha escrito um policial sob um pseudónimo. Diz que a escritora ficou chateadacom a fuga de informação que deu a conhecer ao mundo que tinha efetivamenteescrito este livro. Quando a mim fiquei feliz porque se não fosse isso estelivro ter-me-ia, provavelmente, passado despercebido.
Lieste ebook na versão original e, depois de alguma estranheza nas páginasiniciais (há muito que não lia em Inglês) a leitura correu-me muito bem.Geralmente leio em Inglês livros mais fáceis, YA ou fantasia, com uma linguagembastante acessível. Este, The Cuckoo’s Calling não tem uma linguagem complicadamas mesmo assim fui várias vezes ao dicionário. Neste ponto tenho mesmo quereferir o quão bom é ter um dicionário ali mesmo à mão. É uma enorme vantagemdos ereaders. Mas em relação à linguagem,a dificuldade que senti diz respeito aos sotaques ou às calinadas verbais dospersonagens. Houve alturas em que tive mesmo que ler a frase em voz alta paraperceber o que raio se estava a dizer.
Recomeceia ler policiais há pouco tempo, acho que foi a série Millenium que me trouxe devolta a este tipo de livros. Entre os imensos livros da Agatha Christie e doArthur Connan Doyle que li na adolescência e estes policiais nórdicos que tenhoandado a ler (Anne Holt, Jo Nesbo) acho que o único policial que li foi ofantástico “A small death in Lisbon // O último Acto em Lisboa) do RobertWilson.
Umajovem super-modelo (Lula Landry), linda de morrer, rica como poucos, cai davaranda do seu apartamento e a sua morte é considerada suicídio. Teria sidocase closed se John, o seu irmão, não se recusasse a acreditar nesta tese e nãofosse procurar um detetive privado para investigar o caso.
Oraeste detetive é o protagonista desta série (e eu, que não sou fã de séries jáestou desejosa de ler o segundo volume) e é um personagem muito interessante.Aliás, uma das coisas que mais gostei neste livro foi a caracterização dospersonagens principais, o Strike e Robin.
Fiqueifã da Robin (secretária de Strike) desde o primeiro instante. Afinal quem é quenão desejou ser detetive em pequenina? Eu desejei e isso foi o suficiente parasentir empatia e perceber as escolhas que Robin faz ao longo do livro.
Nãome vou alongar com pormenores sobre a história, isto é um policial e é tãomelhor descobrir tudo ao longo da leitura!
Masnão posso deixar de referir o que mais me agradou neste livro. Tudo se passa 3meses após o crime. As pistas já eram. Provas físicas são poucas ou nenhumas. Ea verdade tem que ser descoberta à boa velha maneira de Hércule Poirrot: usandoa inteligência, a intuição, lendo nas entrelinhas, pegando nos pormenores mais ínfimosaté completar o puzzle que é este crime. E eu já tinha saudades deste género depolicial. Fez-me regressar à minha adolescência e aos livros da Agatha Cristhie(que continua a ser a maior) e aos finais dos livros que me faziam dizer: “claro,como é que não pensei nisto antes?”. Sim, porque a verdade é que não acertei noassassino, só o descobri quando a escritora assim o quis.
Nãosendo o melhor livro que li na vida, nem sequer o melhor policial, ainda assimgostei muito, diverti-me imenso e pretendo ler os outros assim que possível.