Good Omens - Neil Gaiman & Terry Pratchett
Levei tanto tempo a ler este livro porque não queria que acabasse.
As personagens são geniais, para além de Deus e do Diabo, que sabemos que estão sempre lá embora não sejam intervenientes activos, temos um anjo, Aziraphale, e um “anjo caído” ou duque do inferno, Crowley. Temos um rapaz chamado “Adão”, e sim é uma espécie de piada já que ele é o anti-cristo embora não o saiba, com a sua trupe de amigos. Temos as freiras satânicas da ordem tagarela de St. Beryl que são as responsáveis pela troca do bébé anti-cristo como se fosse um jogo dos 3 copos e da bola. Temos também os 4 cavaleiros do apocalipse, Guerra, Fome, Poluição (a Pestilência reformou-se depois da descoberta da penicilina) e a Morte que são os verdadeiros motards Hell’s Angel’s ou como diria a Guerra the “real McCoy". Temos ainda, Agnes Nutter uma bruxa, que morreu queimada na fogueira mas antes ainda escreveu as "profecias", livro que anda aos trambolhões durante toda a história.
Crowley conduz um Bentley de 1926, não tem um ar demoníaco, não tem cornos nem asas, e normalmente ouve o "Best of Queen" mas toda a gente sabe que todas as cassetes (sim cassetes, o livro foi escrito no início dos anos 90) deixadas no carro durante algum tempo se transformam no "Best of Queen". Aziraphale colecciona livros e tem uma loja de livros no Soho, Londres, que serve mais para os guardar do que para fazer negócio uma vez que não quer vender nenhum (são quase todos primeiras edições), por isso a loja tem horários irregulares e mau aspecto e ele faz má cara às pessoas que tentam comprar algum livro.
Aziraphale e Crowley são inimigos, claro, mas inimigos há mais de 6000 mil anos (pois) o que faz deles uma espécie de amigos, e têm por isso um acordo de não interferência nos assuntos um do outro, assim ninguém perde mas tb ninguém ganha e mostram trabalho aos superiores respectivos. Agora o que acontece quando os chefes resolvem que está na altura de haver o fim mundo, o armageddon?
Vale a pena ler este livro para saberem, até as notas de rodapé valem a pena ler.
Não sei como é a versão portuguesa, terá de ter uma muito boa tradução para que não se percam as piadas e a história. Acrescento só que na versão que tenho a capa é branca com o Crowley mas há a versão com a capa preta que tem o Aziraphale, eu achei deliciosa esta ideia da representação da dualidade do "bem" e do "mal".