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Ler por aí

Ler por aí

27
Mar13

Curtas 44: Filmes e livros

Patrícia
Nem vou comentar o quão melhores os livros geralmente são. Desta vez vou-me ficar pela pergunta: como raio se percebe um filme sem ler o respectivo livro?
Dois exemplos: Cloud Atlas e Life of Pi.
Vi o primeiro e não li o livro. Tenho a clara sensação de que ficou muita coisa por perceber, muita coisinha que me passou completamente ao lado. Não consigo dizer exactamente o quê, obviamente, mas tenho a certeza que quando ler o livro vou pensar: ah, ok, então era por isto.
No "A vida de Pi", li o livro e depois vi o filme e só penso: mas quem não leu o livro percebeu mesmo a história? ok, talvez perceba a história mas não apreende a beleza do livro. O filme tem imagens espantosas mas o livro, oh meus amigos, o livro é outra coisa. Gostaram do filme? Então leiam o livro. 
E depois há as diferenças que me irritam, que me tiram do sério.
Como no "Anjos e demónios" em que o filme tem um final diferente. Ou no "Troia". A guerra de troia durou 10 anos em qualquer adpatação, excepto naquela que dura 17 dias (já não me lembro se são efectivamente 17 dias, mas é um período de tempo escandalosamente curto). Lembro-me de ir ver o Troia ao cinema e passar o tempo todo escandalizada a reclamar "isto não é assim".
26
Mar13

Curtas 43: Releituras

Patrícia
Ontem não me apetecia ver televisão e não me apetecia ler um livro a sério. Resolvi ir à estante e pegar num daqueles livros que já li várias vezes e ler apenas as partes que gosto mais. Acabei por ficar a ler até à 01h da manhã. Recordei o prazer que é conhecer tão bem um livro que posso escolher, sem qualquer dificuldade, as páginas que quero reler. Tenho olhado para a minha estante tantas vezes nos últimos tempos com vontade de reler alguns dos livros que lá estão... tenho vontade de rever personagens conhecidas. Alguém no outro dia escreveu um post sobre releituras e dizia qualquer coisa do género "a oferta imensa e a internet com toda a sua informação retira-nos um pouco o prazer de reler um livro". Hei-de ir à procura desse post para pôr aqui o link... *

*Encontrei o post, é da Estante de Livros e não é propriamente sobre releituras mas foi essa a parte que ficou no meu inconsciente.
24
Mar13

A Estrela do Diabo, de Jo Nesbø

Patrícia

Gosto de policiais mas não sou grande conhecedora eos nomes que me vêm imediatamente à mente são Agatha Christie e Arthur ConanDoyle , autores que li avidamente na minha adolescência. Depois comecei a leroutras coisas e os policiais ficaram na estante. Uns anos mais tardeofereceram-me o fantástico “A small death in Lisbon” que me deu a conhecerRobert Wilson. Dele adorei este, o “Uma companhia de estranhos” e “O cego de Sevilha”.Mas não fiquei fã da série Javier Fálcon, para dizer a verdade.
Foi após ter visto os filmes suecos Millenium quefiquei fã da série e tive mesmo que ler os livros. Adorei. E agora apetecia-memais. Depois de umas voltinhas na blogosfera e de pedir conselhos a quem sabedecidi-me por Jo Nesbø e em boa hora o fiz. Escolhi este livro por total ausênciade outras escolhas. Era absolutamente triste a oferta de livros deste escritorna Fnac. Mas assim que tive oportunidade atirei-me ao “A Estrela do Diabo”.
Assim que comecei a ler apercebi-me de que este nãoé o primeiro livro da saga Harry Hole, um inspetor pouco convencional,alcoólico mas brilhante.
Teria preferido ter lido os livros por ordem masisso não prejudicou assim tanto a leitura.
Harry Hole está obcecado com um crime passado ondea vítima foi Ellen, a sua parceira. E está convencido que o criminoso é umoutro inspetor da polícia. Essa obsessão está a destruir-lhe a vida: não só nãoconsegue provar as suas suspeitas, tem a vida amorosa destruída e voltou a mergulhar no alcoolismo. Está no fundo do poço (e com um pé forada polícia) quando os crimes começam a acontecer. Sem perspectivas de futuro(apesar de ter um proposta envenenada) dedica-se a perseguir um serial Killernas ruas de Oslo.
E já chega de falar sobre o enredo, que isto é umpolicial e eu não tenho a intenção de estragar a leitura a ninguém.
Tive alguma dificuldade com os nomes dos inúmerospersonagens. Nunca sabia exatamente quem eram, se eram homens se mulheres. Tivemesmo que arranjar uma cábula na primeira metade do livro. E senti-mecompletamente manipulada pelo escritor. Acho que suspeitei de quem ele quis quesuspeitasse. E admito sem qualquer problema que só umas páginas antes da granderevelação me passou pela cabeça quem podia ser o assassino. E eu gosto dissonum policial. Não faço um esforço imenso por descobrir quem é mau da fita,gosto de me levar pela leitura, tenho geralmente uma suspeita que não largo atéao fim (e aposto que era capaz de resultar na mesma, mas demasiado óbvioprovavelmente) e gosto de ser surpreendida.
Quem, como eu, é fã da série “Mentes Criminosas”vai  encontrar muita coisa já conhecidana análise do comportamento dos serial Killer (que afinal são característicos dosEstados Unidos da América, não é?)
Achei a história bem construída, gostei dospersonagens principais, das histórias paralelas e fiquei com imensa vontade deler mais de Jo Nesbø. 
18
Mar13

Curtas 41: Feira do livro

Patrícia

Nunca gostei de “ver montras”, atividade muito apreciada portantas meninas. Já em pequenina era assim. Mas sempre abri duas exceções: sapatariase livrarias.
Não sou capaz de passar por uma livraria sem parar.Acontece-me o mesmo em qualquer hipermercado onde as bancas dos livros são esmiuçadascom cuidado. Mesmo quando sei que não vou comprar nenhum livro gosto de os ver.E adoro, adoro feiras do livro.
Lembro-me de em miúda ir às feiras do livro de Loulé eVilamoura onde tinha sempre autorização para trazer um ou dois livros. Amaioria dos meus livros da Agatha Christie, (aqueles que traziam 2 histórias, lembram-se?)e do Sherlock Holmes vieram de uma feira do livro.
Depois, quando vim para Lisboa, deixei-me de feiras do livro– não havia dinheiro para me perder por lá e preferia nem sequer ir.
Nos últimos anos voltei à feira onde a paixão pelos livrosse mistura com boa companhia (certo Cati?), farturas e ginjinha (sim, melhor que apenas um bom livro é juntá-lo às coisasboas da vida). E alfarrabistas, o meu género favorito de livreiros na feira dolivro.
E já há datas para a feira deste ano: 23 de Maio a 10 Junho.Já está na agenda.
13
Mar13

A Vida de PI, Yann Martel

Patrícia



 
Se não fosse a terceira parte do livro tinha adorado.Soubesse eu o que sei hoje e tinha lido primeiro o fim e só depois ia ler oresto. E vai ser precisamente isso a que vou aconselhar a minha mãe que, dequalquer dos modos, é daquelas pessoas que lê sempre o final do livro primeiro.
Com toda a publicidade ao livro e ao filme até os muitodistraídos já sabem a história que aqui nos é contada: um naufrágio e como umjovem, o Pi, sobrevive num bote salva-vidas com um tigre-de-bengala. Para alémdisso este livro foi premiado, transformado em filme, é um best-seller, éapreciado transversalmente por todo o tipo de leitores. Simplesmente há quegoste de tudo, há quem não goste de uma parte (geralmente a primeira). Mas eunão gostei da terceira.
Na primeira parte do livro conhecemos Pi, a sua vida, a suafamília, a sua relação com os animais e com Deus. Pessoalmente gostei imensodesta parte do livro. Achei-a interessante, divertida. Acho que me consigoidentificar com PI e sei o quanto adoraria ter crescido num zoo, rodeada debicharada por todos os lados. Uma das minhas visões do paraíso, certamente. Estelivro é “vendido” como “um livro que nos faz acreditar em Deus”. Não faço ideiaquem teve esta ideia, mas sinceramente, não acho que seja minimamente correcta.Mas nesta primeira parte do livro a religião tem um lugar importante. E euachei giríssima a relação e PI com Deus. Como o mundo seria um lugar melhor sehouvesse mais gente assim.
Na segunda parte, é-nos relatada na primeira pessoa, ahistória do naufrágio e a sobrevivência de PI e de Richard Parker. Adorei estaparte. Uma história bem contada que me fez viver ali, no meio do oceano, sofrercom eles, sorrir com eles.
A terceira parte do livro é um regresso à normalidade. É ocomparar de uma história com animais com uma história sem animais. Odiei. Nãome interessa se aquela é a parte que faz pensar, se filosoficamente falando é aparte mais importante do livro, se literariamente falando está bem construída.Odiei. Fez-me perder o sorriso que mantive ao longo do livro. Deu-me náuseas.Foi um choque com a beleza que vinha antes. Se tivesse sido ao contrário, se anegritude viesse primeiro tudo bem, mas no final estragou-me a leitura.
Não sei se o filme retrata ou não esta última parte mas,sinceramente, não sei se me apetece vê-lo se o fizer.
Fiquei sem saber o que pensar acerca deste livro. Continuo aachar que vale a pensa ser lido mas o ideal era não ler a terceira parte edeixar que a imaginação fizesse o resto. Mas claro que é impossível um leitorter força de vontade suficiente para deixar algumas páginas por ler…

08
Mar13

08 Março, dia Internacional da Mulher

Patrícia
Cada vez que se fala do dia Internacional da Mulher não é um sorriso que faço nem orgulho que sinto. Claro que tenho orgulho em ser mulher. Gosto de o ser e não preciso de um dia para me lembrar que o sou e me orgulhar disso (até porque ser mulher não foi, para mim, uma opção. Foi pura sorte :) ). Claro que fico feliz (e aliviada) quando penso em todos os direitos de que eu usufruo e que foram adquiridos com muita luta por outras mulheres.
Quando penso no dia internacional da mulher penso nos direitos das mulheres que são ignorados por esse mundo fora. Acho que a lista é interminável. Mas o que mais me impressiona, aquele que me revolta as entranhas, aquele que mais me choca e revolta é a excisão feminina, a mutilação genital feminina. Como é possivel que exista, que seja feita é algo que não compreendo ou tolero. Que seja feita em Portugal choca-me. Que seja praticada por outras mulheres entristece-me. É uma questão cultural? sim, claro, mas isso não justifica a passiva aceitação a estas práticas (longe da vista, longe do coração, não é?).
 
Por isso, e porque este é um blog dedicado aos "meus" livros deixo uma sugestão: A for do Deserto, de Waris Dirie.
Sinopse:
Waris Dirie (nome que significa Flor do Deserto) tem uma vida dupla - durante o dia, é top-model internacional e porta-voz das Nações Unidas para os direitos das mulheres em África; à noite, os seus sonhos levam-na de volta a casa, na Somália.

Waris nasceu numa família tradicional de nómadas do deserto africano. A sua infância foi feliz e despreocupada… até ao dia em que chegou a sua vez de se submeter ao costume imposto à maioria das raparigas somalis: a mutilação genital. Waris sofreu esta tortura quando tinha apenas cinco anos de idade. Quando, já com doze anos, descobre que o seu pai pretende negociá-la com um desconhecido em troca de cinco camelos, Waris toma a decisão que vai mudar irreversivelmente a sua vida. Após uma extraordinária fuga pelo deserto, consegue chegar a Londres. Waris tinha poucos conhecimentos da língua inglesa e nenhum dinheiro. Acabará por trabalhar no MacDonald’s, onde um fotógrafo de moda a descobre. As portas da fama abriram-se então para esta jovem mulher cuja história é uma fonte de inspiração e cuja personalidade é tão arrebatadora como a sua beleza
 
** parte do post publicado em http://rabiscos-soltos.blogspot.pt/
07
Mar13

Realidade e ficção

Patrícia
Gosto imenso de ler romances históricos. Gosto de livrossobre a atualidade. Gosto de aprender enquanto leio. Até aqui nada de novo,acredito que gostar de aprender seja algo transversal aos leitores.
O problema é saber separar o trigo do joio em relação aosdados reais e aos dados ficcionados. A maioria das histórias mistura realidadecom ficção. A bem da coerência da história alguns dados reais são indispensáveis,a bem da trama narrativa muitos dados ficcionados são necessários. E um livrobem escrito (e às vezes mesmo um livro mal escrito) faz a ficção parecerrealidade.
Isto parece óbvio, e é, por isso fico sempre tãosurpreendida quando oiço ou leio coisas que me levam a crer que há livros deficção que são lidos como se de realidade se tratasse. 
Lembro-me sempre de quando estava a ler a saga “O primeiroHomem de Roma” da Colleen McCullough (muito boa, por acaso) e haver uma notasobre como era comummente aceite que a Cleópatra era tão bonita como aElizabeth Taylor quando os registos existentes davam indicações completamentediferentes (e a noção de beleza era “ligeiramente” diferente). E não, a belezanão é fundamental historicamente mas este exemplo ajuda a dar a perceção de queum filme ou um livro pode fazer a diferença.
Um outro exemplo é o do “Evangelho do Enforcado” onde oDavid Soares apresenta uma série de teorias (baseadas em teorias dehistoriadores) diferentes da História que aprendemos nos bancos da escola (efiquei traumatizadíssima com os dados sobre o Infante D. Henrique).
Neste caso nãodescarto certos dados que o escritor nos apresentou (por exemplo sobre asepidemias europeias e até mesmo sobre o infante – para grande tristeza minha)mas não os vejo como uma realidade incontestável (ah, tudo o que nos ensinaram na escola estáerrado) nem me parece que o autor pretenda passar essa mensagem (se bem melembro está bem explicito que há no livro várias teorias alternativas).
Num registo um bocadinho diferente estão os autores queescrevem na primeira pessoa - lembro-me por exemplo do Richard Zimler que éperito em fazer-nos acreditar em certos dados sobre ele que não são, de todo, reais. Ou em fazer-nos acreditar que certos personagens existiram (leiam entrevistas do escritor, oiçam-no e vão perceber isso e também vão perceber que ele é super interessante).
Em todos os casos que referi atrás acho que a realidade e aficção estão magistralmente misturadas mas há casos em que me faz um bocadinhode confusão ler “todos os dados científicos ou económicos são reais” e depoisapresentam conclusões que, por muito que sejam baseadas em premissasrazoavelmente reais, não são de todo válidas ou comprováveis cientificamente. Mas como aquele é um livro de ficção não hánenhum problema.

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