25
Jul11
O Último Papa, de Luís Miguel Rocha
Patrícia
Sinopse
1978, Cidade do Vaticano
Às 4.30 da manhã, a irmã Vincenza, assistente pessoal de João Paulo I, chega à antecâmara dos aposentos pontífices com o pequeno-almoço. Deseja os bons dias ao Papa mas, pela primeira vez, não é convidada a entrar. Só quando mais tarde ganha coragem e abre a porta, descobre que Albino Luciani, representante de Deus na Terra, jaz morto na cama. Tinha sido eleito Papa há apenas 33 dias. E em 2000 anos de História, nunca nenhum Papa havia morrido sozinho. 2006, Londres
Sarah Monteiro, uma jovem jornalista portuguesa, está de regresso a Londres depois de umas férias na terra natal. Ao chegar, encontra entre a correspondência um envelope que lhe chama a atenção. Lá dentro, uma lista com nomes de personalidades públicas e pessoas desconhecidas, entre eles o de seu pai. A lista tem mais de 25 anos e muitos dos nomeados já faleceram. Mas como cedo irá descobrir, aquela lista pode transformar-se num bilhete para a morte. Com a ajuda de um homem misterioso com muitos nomes e poucas respostas, inicia uma frenética corrida para escapar à morte. De Londres a Lisboa e a Nova Iorque, terá que levar a melhor a uma organização secreta que não olha a meios para deitar a mão à lista, e impedir a divulgação de um segredo que o Vaticano esconde há quase trinta anos.
Tenho alguma dificuldade em escrever uma opinião sobre este livro porque tenho opiniões um pouco dispares, quase contraditórias acerca desta história.
Tive alguma dificuldade em entrar na história muito por causa da forma de escrever deste escritor. O narrador fala connosco e às vezes até fala demais tratando-nos como se fossemos muito burros. A explicação de expressões era completamente dispensável. A indicação de que determinada personagem estava a falar algo que ia ter consequências nefastas mais à frente era completamente dispensável. Esta “palha” que, às vezes, parecia ter como única finalidade despertar a nossa curiosidade para o resto do livro teve em mim o efeito contrário.
Estão muito na moda (desde o “O código de Da Vinci” de Dan Brown) as histórias que, supostamente, desvendam segredos do Vaticano, da história da igreja e eu não sou diferente da maioria e gosto imenso de ler livros com teorias da conspiração ou com explicações que vêm de encontro ao que eu gostaria que tivesse acontecido.
Neste aspecto, este livro não é dos melhores. Gostei da clara diferença entre igreja e fé que o autor se esforçou por fazer. A morte de João Paulo I e os seus 33 dias como Papa, é de facto um tema interessante para ser explorado. A morte de JPI às mãos de uma Loja maçónica não é muito surpreendente e acho que o autor se esticou demasiado na lista de crimes perpetrados pela P2 (nomeadamente na afirmação de que seria esta Loja maçónica a responsável pela morte de Sá Carneiro).
Por outro lado todas este insinuações deixam-nos curiosos e fazem-nos continuar a ler o livro.
Com uma escrita acessível e um tema interessante q.b é um bom livro para ler nas férias. Sem ser fantástico é um bom livro. E o melhor de tudo é que é escrito por um escritor Português e põe-nos no centro da trama (para o bem e para o mal, claro está). Tenho curiosidade e ainda hei-de ler os restantes livros do autor.