22
Jun10
José Saramago
Patrícia
José Saramago, prémio Nobel da literatura, foi um grande escritor. Daqueles que vão ficar na memória. O escritor vai ficar na memória. O homem, nem por isso. Mas isso já é uma opinião muito pessoal.
Há quem não gostasse do homem. Há quem não gostasse do escritor. Não gostar do escritor porque não se gostava do homem é simples burrice. Quanto ao homem, não tenho muito a dizer. Fez asneiras? a sério? quem não as fez? O homem será chorado por quem dele gosta (que isto do amor não acaba com a morte). O país chora a morte do escritor. O escritor escreveu em Português, ganhou um Nobel com livros escritos em Português. Vivia em Espanha? E então? Não somos um país de emigrantes?
Eu li dois livros dele: O Evangelho segundo Jesus Cristo e O ensaio sobre a cegueira. Não gostei especialmente dos livros. Mas apenas porque não me dei lá muito bem com aquela escrita, assim corrida, como quem pensa. Mas sempre o achei um contador de histórias e dos livros achava-os criativos, inéditos, diferentes. Mas a escrita....
Bem da escrita não fui fã. O engraçado é que a minha Mãe, professora do primeiro ciclo do ensino básico, católica convicta e fã do Saramago, sempre disse que por causa dos livros dele passou a ter outra postura com os seus alunos. Apesar de ter sido sempre uma professora exigente, aprendeu "algumas" coisas com o Saramago e isso sempre me fez pensar... Depois de ter lido dois dos seus livros decidi não voltar a ler mais nenhum. Simplesmente porque não me apetecia, porque já o tinha lido e sabia do que estava a desistir.
Mas na minha família, de católicos convictos há muitas fãs de Saramago e entre todos nós temos todos os seus livros. Assim, acabei por ser convencida (pela minha Mãe, claro) que não ler o Caim era um erro enorme. E acabei por lê-lo. Uns anos depois dos outros já não me foi tão complicado lê-lo. Até porque o livro é divertido. E um destes dias vou ler o "Memorial do convento", que é o livro preferido da minha Mãe e vou ler "A viagem do elefante" que a minha prima achou maravilhosamente divertido. Enfim, morreu o homem. Os livros ficam por cá, para serem lidos e relidos, porque gostando ou não da sua escrita, não se pode negar que o homem era um génio e escrevia muito.