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Ler por aí

Ler por aí

16
Nov14

A viagem do elefante, de José Saramago

Patrícia




Que não sou a maior fã de Saramago talvez já seja do vossoconhecimento. Ainda assim insisto em ler o único prémio Nobel da Literatura Português.Como leitora acho que é minha obrigação. Às vezes gosto mais, outras menos e sea minha estória favorita é sem dúvida a de “O ensaio sobre a cegueira”, o livroque mais gostei de ler foi Caim.
Este “A viagem do elefante” deixou-me mais ou menos indiferente, tenhoque confessar.
Nota-se que é um livro de Saramago. A sua escrita corrida, a ritmo deleitura que por vezes me obriga a ler em voz alta (para quem não se dá com estetipo de escrita e diz que não o percebe, tente isto mesmo. Leia em voz alta,conte a si próprio uma estória e vai ver como afinal tudo parece tão simples),as constantes alfinetadas na igreja católica, nos usos e costumes arreigados nopovo português, a capacidade que está somente ao alcance de tão poucos decontar uma história, de nos interessar a cada página por coisas que poucointeressam, o talento que todos lhe conhecemos.
Mas a mim faltou-lhe o génio que me faz gostar dos seus livros. Nãoacho especial piada à sua forma de escrever mas reconheço-lhe a originalidadeque me faz esquecer o resto.

Já este livro maçou-me. O que não parece nada de Saramago. A históriaaté começou por prometer mas às tantas já não me interessava. Não acho que sejaSaramago no seu melhor. Ou então, e admito essa hipótese, fui eu que nãopercebi qualquer coisa nas entrelinhas.
11
Ago13

José Saramago

Catarina

 

 
Jogo-me para fora de pé e começo pelo único Nobel da Literatura português.
Sou uma leitora muito tardia do tio Saramago, tenteipor várias vezes ler o “Memorial do Convento” e não passava do primeirocapítulo. Fazia-me confusão o Sr. não usar uma pontuação como deve de ser,daquela aprendida na escola. Escrever como quemvai a correr cheio de pressa sem pontos sem vírgulas sem nada sem deixar umespacinho para respirar pelo menos nas "falas" colocar um travessão emudar de linha para sabermos quem é quem e mesmo assim fazer sentido a contaruma história não é para todos. E não era para mim ler este livro, por isso devolvi o Memorial a quem mo tinha emprestado e não pensei mais no assunto(mentira, isto ficou a remoer-me um bocado mas aprendemos a seguir em frente).Entretanto o Sr. Saramago foi escrever para a freguesia do infinito e maisalém, e eu pensei para mim própria: - CG és um ovo podre se não lês, pelomenos, um livro do único escritor português prémio nobel da literatura. Recorri à mesma amiga que me tinha emprestado oMemorial e ela cedeu-me temporariamente “As Intermitências da Morte”, que li emduas tardes de praia e adorei. Adorei logo a primeira frase - "No dia seguinteninguém morreu”. Adorei o sentido de humor irónico, que não sabia que oSaramago tinha. Adorei a crítica à sociedade em que vivemos, a maneira comodescreve as reacções dessa mesma sociedade se simplesmente as pessoas, todas aspessoas, não morressem, nunca. Adorei tanto que devolvi “As Intermitências da Morte”e trouxe emprestado o “Todos os Nomes”que li e também gostei, não adorei porque o Sr.José, escriturário, é superdeprimente. E novamente voltei a pegar no “Memorial do Convento”. Que li, finalmente, eque passou a ser um dos meus livros favoritos. O convento de Mafra é apersonagem principal, há ainda o padre maluco com a sua passarola, Portugal notempo da inquisição mas, a história fantástica de Baltasar Sete-Sóis e BlimundaSete-Luas é um dos romances mais espectaculares que já li. Entretanto já devolvi o“Memorial” emprestado e comprei a “História do Cerco de Lisboa”. Ainda nãopassei do primeiro capítulo.
 
 
22
Jun10

José Saramago

Patrícia

José Saramago, prémio Nobel da literatura, foi um grande escritor. Daqueles que vão ficar na memória. O escritor vai ficar na memória. O homem, nem por isso. Mas isso já é uma opinião muito pessoal. 
Há quem não gostasse do homem. Há quem não gostasse do escritor. Não gostar do escritor porque não se gostava do homem é simples burrice. Quanto ao homem, não tenho muito a dizer. Fez asneiras? a sério? quem não as fez? O homem será chorado por quem dele gosta (que isto do amor não acaba com a morte). O país chora a morte do escritor. O escritor escreveu em Português, ganhou um Nobel com livros escritos em Português. Vivia em Espanha? E então? Não somos um país de emigrantes? 
Eu li dois livros dele: O Evangelho segundo Jesus Cristo e O ensaio sobre a cegueira. Não gostei especialmente dos livros. Mas apenas porque não me dei lá muito bem com aquela escrita, assim corrida, como quem pensa. Mas sempre o achei um contador de histórias e dos livros achava-os criativos, inéditos, diferentes. Mas a escrita....
Bem da escrita não fui fã. O engraçado é que a minha Mãe, professora do primeiro ciclo do ensino básico, católica convicta e fã do Saramago, sempre disse que por causa dos livros dele passou a ter outra postura com os seus alunos. Apesar de ter sido sempre uma professora exigente, aprendeu "algumas" coisas com o Saramago e isso sempre me fez pensar...  Depois de ter lido dois dos seus livros decidi não voltar a ler mais nenhum. Simplesmente porque não me apetecia, porque já o tinha lido e sabia do que estava a desistir.
Mas na minha família, de católicos convictos há muitas fãs de Saramago e entre todos nós temos todos os seus livros. Assim, acabei por ser convencida (pela minha Mãe, claro) que não ler o Caim era um erro enorme. E acabei por lê-lo. Uns anos depois dos outros já não me foi tão complicado lê-lo. Até porque o livro é divertido. E um destes dias vou ler o "Memorial do convento", que é o livro preferido da minha Mãe e vou ler "A viagem do elefante" que a minha prima achou maravilhosamente divertido. Enfim, morreu o homem. Os livros ficam por cá, para serem lidos e relidos, porque gostando ou não da sua escrita, não se pode negar que o homem era um génio e escrevia muito.  

16
Mar10

Caim, de José Saramago

Patrícia

“A história dos homens é a história dos seus desentendimentos com deus, nem ele nos entende a nós , nem nós o entendemos a ele."

José Saramago


Para quem me conhece não é novidade nenhuma que eu não propriamente fã de José Saramago. Dele, até agora, li dois livros: o “Ensaio sobre a cegueira” e o “Evangelho segundo Jesus Cristo”. Não gostei de nenhum simplesmente porque não consigo gostar da forma como ele escreve. Até diria que era o meu gene “filha de professora primária” que não me permite gostar das “calinadas” na gramática dos livros dele se a minha mãe não fosse uma leitora ávida de Saramago. O resultado é que lá em casa há praticamente todos os livros do prémio Nobel mas de todos só li 2. Depois chegou “Caim” e a polémica. O drama atingiu proporções épicas e nunca ficou provado se foi também uma grande jogada de marketing ou se foi apenas mais uma tolice da igreja. Enfim, a minha mãe, católica praticante e inteligente, disse logo que tinha que ler o livro. E leu. E adorou. Talvez como só alguém que conhece a bíblia pode gostar. Desta vez convenceu-me a ler o livro também. E tenho que confessar que gostei. Pronto, continuo a não gostar daquela forma de escrever, corrida, sem pontuação, sem maiúsculas, sem parágrafos, que me obriga a ter atenção às palavras e não apenas à história. Mas isso já eu sabia que ia acontecer. O que eu não esperava era achar piada à história. Ou melhor, à confusão de histórias. Porque é isso mesmo que o livro é: uma fantástica e muito bem construída confusão. Não é apenas a história de Caim mas também a de Job, Abraão, Noah, Lilith, Adão e Eva, Noé e toda a sua família entre outros que conhecemos.

Saramago apresenta-nos o seu deus através de todas estas histórias, através da relação de Caim e de Deus. E fá-lo de uma forma extremamente divertida.

Não acho que haja razão para tanta polémica. Sinceramente acho que quem tanto criticou não deve ter lido o livro.

Ou seja, gostei e recomendo.
24
Nov08

Vale a pena ver….

Patrícia


Tinha curiosidade em ver este “Ensaio sobre a cegueira”. Já li o livro e não gostei especialmente, principalmente porque não gosto da forma de escrever de José Saramago. Ideias, lá isso ele tem, mas nunca consegui mergulhar numa das histórias dele e lê-la de fio a pavio. E isso é para mim fundamental. Mas adiante, que o post é sobre o filme e não sobre o livro.
O filme, esse surpreendeu-me pela positiva. Está muito bom. Muito bem conseguido, desde a cor aos sons, desde os actores escolhidos à música. E consegue ser fiel ao livro. Sem pretensões levando-nos a “ver” a decadência do ser humano, o regresso ao primitivo, o pior lado do homem.
Um fio condutor, uma mulher que tudo vê, a tudo assiste, o medo, o desespero, a esperança, a humanidade. Um filme repleto de emoções, de sensações, de imagens.
A humanidade representada naquele grupo de pessoas, a descida até ao fundo, a selecção natural, a coragem e a cobardia.

Um dia, hei-de revê-lo.

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