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Ler por aí

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08
Out22

Diário de leituras #2 e outras minudências

Patrícia

E por falar com rapidez ou quantidade de leitura, tenho que admitir que estas semanas foram miserável nos dois parâmetros. Ao contrário do que pensava só em 2 dias consegui ler à hora de almoço (eu sou daquelas pessoas que gosta de almoçar sozinha com um livro) e tenho saído do trabalho tão cansada que apenas tive energia para as "obrigações". 

Se pensar que estive de férias até me parece estranho estar tão cansada mas, na verdade, é porque estive de férias que estou tão cansada. Este ano tirei férias a sério, daquelas em que descansar é uma prioridade, e isso não acontecia há mais ou menos 6 anos e agora o meu corpo reaprender a relaxar e livrar-se de algum cansaço acumulado e não quer outra coisa. O trabalho tem sido muito e barulhento e complicado (coisa que não vai melhorar) e, apesar de gostar muito do que faço, ando um bocado enervada. Tenho uma lista interminável de coisas para fazer (e curiosamente a maioria são coisas que me vão dar imenso gozo e que quero muito tentar) mas não consigo pegar em nada. Na verdade ando a fazer todo o meu trabalho aos bocadinhos porque sou constantemente interrompida para ir fazer outras coisas ou para ajudar alguém a resolver um problema. Uma das razões pelas quais sou tão fã do teletrabalho é que, em casa, conseguia efectivamente despachar o que tinha para fazer, nem que fosse antes ou depois do horário de trabalho (e como não perdia tempo em viagens inúteis isso não me tirava tempo da vida privada). Agora tenho tentado não trazer trabalho para casa - não me pagam para isso e iria efectivamente ter que deixar para trás algo de pessoal e não estou disposta a fazê-lo - mas a verdade é que não estou a dar conta do recado e isso bule-me com os nervos.

Mas voltando às leituras, um ponto alto da minha semana foi a noite em que simplesmente nem ligámos a TV e fiquei a ler em silêncio. O problema é que só consigo fazer isso quando o cansaço ainda não atingiu determinado nível.

E, perguntam-me vocês, o que andas a ler, Patrícia Maria?

O livro do pó, de Philip Pullman, uma prequela da série Os mundos paralelos. Comprei dois volumes (o terceiro ainda não saiu) desta série na feira do livro do ano passado e achei que estava mais que na hora de lhes pegar, afinal tenho a trilogia inicial bem presente após ter visto a série e relido o Telescópio de âmbar. Para já acho-o ligeiramente mais infantil que Os mundos paralelos mas igualmente bem escrito. 

Em audio ouvi, finalmente, Dwanshard. Esta a guardar esta novela de Cosmere para uma daquelas alturas em que precisasse mesmo regressar a Cosmere e foi desta. Soubesse eu que os protagonistas eram Rysn, Chiri-Chiri e The Lopen e acho que não tinha resistido tanto tempo. Já sabia que esta novela pequenina (na escala Sanderson, claro) ia ser um bombom para os leitores de Cosmere, ia trazer novidades e revelações fundamentais para completar este puzzle que é uma absoluta loucura do Sanderson e que nós leitores não apenas aprovamos como encorajamos. Há uma probablidade não irrelevante de morrermos antes disto estar acabado mas, bem, journey before destination, não é?

Entretanto li também Balada para Sophie, de Filipe Melo e Juan Cavia e é, de facto, maravilhosa. A história é um doce e o livro-objecto é daqueles de pôr em exibição na estante (e um presente muito especial).

Não sou uma grande apreciadora de novelas gráficas, leio-as demasiado depressa, não consigo concentrar-me nas imagens mas confesso que alguns "quadrinhos" desta história ficaram na minha cabeça. Acredito que, se algum dia, dali sair um filme vai ser qualquer coisa de extraordinário - tem, pelo menos, o potencial para tal.

Hoje é dia de livros. A roda dos livros começou finalmente a reunir em formato físico e, como não pude participar da última vez, hoje é o dia dos meu regresso. Vai ser fantástico, já sei.

                   O-Livro-do-Po-Livro-1-La-Belle-Sauvage.jpegbalada para sophie.jpeg

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09
Mar21

Rhythm of War, de Brandon Sanderson (sem spoilers)

Patrícia

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Ler uma série como os Stormlight Archives é  um investimento apenas compreensível para quem já o fez. São anos a ler, reler (sim, reli o Oathbringer antes de pegar neste Rhythm of War), comprometidos com os personagens. Um livro não é só um livro quando faz parte de uma série deste género. E por isso, regressar a Roshar e reencontrar personagens como o Kaladin ou a Shallan é sempre especial.

Considero este um livro ligeiramente diferente mas tão à Sanderson. Compreendo porque alguns leitores se sentiram ligeiramente desiludidos ou consideraram que foi um livro previsível mas deixem-me apenas dizer que se querem ler George RR Martin... vão ler George RR Martin. Sanderson é outra coisa e se chegaram até ao 4º volume dos SA isso já não devia ser uma surpresa para vocês. Sim, há muita coisa previsível neste livro mas...qual era a lógica dos personagens subitamente deixarem de se comportar de acordo com a sua personalidade? O worldbuilding e a forma como o autor constrói as personagens faz com que essa previsibilidade seja um dos pontos altos da sua escrita. 

Não é o meu livro favorito desta série mas mas é um grande livro. É um livro lento (e tendo em consideração que tem mais de 1200 página isso quer dizer muito), mais focado no crescimento de alguns personagens e no desenvolvimento do mundo que  na acção propriamente dita. E como estes são exactamente os pontos fortes do Sanderson, este livro não podia não ser maravilhoso.

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21
Jun19

Shadows for Silence in the Forests of Hell, de Brandon Sanderson

Patrícia

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Quão brutal é este título?

Shadows for Silence in the Forests of Hell é uma novela (é bastante difícil chamar conto Ou Short Story a qualquer coisa que o Brandon Sanderson escreva) inserida na colectânea Arcanum Unbounded. Este livro é uma espécie de doce oferecido aos leitores que desesperam por perceber Cosmere, esse universo que está a ser construído pelo autor e que engloba as grandes sagas Elantris, Mistborn (era 1), Mistborn (Era 2), Warbreaker e Stormlight Archives. Não é necessário saber sequer o que é Cosmere… mas é brutal quando sabemos. Na verdade o que os leitores que não conhecem Cosmere acham “palha” nestas séries é aquilo que nós, geeks, procuramos porque queremos muito perceber este universo.

No Arcanum Unbounded estão juntos os contos e novelas que foram sendo publicados aqui e ali pelo autor. Este, por exemplo,também faz parte de uma antologia organizada pelo George R.R. Martin chamada “mulheres perigosas”.

Se tivesse que catalogar esta história, diria tratar-se de uma mistura de Thriller com uma pitada de Horror muito mais que uma história de fantasia.

Num mundo pós-apocalíptico, onde as Sombras (Shades) matam quem não cumpre as regras básicas (não fazer chamas, não derramar sangue, não correr) e só podem ser combatidas com Prata, Silence Montane dirige um dos lugares mais seguros da Floresta do Inferno, terra dos danados, uma estalagem onde as Sombras não entram e que se diz ser assombrado pela Sombra do ex marido da Silence. Quando esta mulher reconhece um dos assassinos mais procurados a comer calmamente à sua mesa, é a vez de White Fox, o mais perigoso caçador de recompensas da floresta, entrar em acção.

Gostei imenso deste conto, de Silence e William Ann. Tive pena da personagem de Sebruki não ter sido mais desenvolvida e da maioria das personagens e criaturas se ter ficado pelas duas dimensões. Mas isto é um conto e não uma saga, por isso não dá para reclamar.

Adorei (e confesso que dei uma gargalhada quando me apercebi do que estava a acontecer) a avó da Silence.

E adorei a mulher que é Silence, a sua força, a sua determinação. E tiro o chapéu ao Sanderson que contou a história de uma mulher perigosa sem a transformar num homem.

15
Set18

The Bands of Mourning, de Brandon Sanderson

Patrícia

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Sendo o terceiro livro da Era 2 de Mistborn (após The Alloy of law e Shadows of Self) é o segundo livro da segunda trilogia Mistborn, uma vez que The Alloy of Law é um livro "A solo". Na verdade, acho que não faz sentido ler Shadows of Self sem ter lido The Alloy of Law.

Esta trilogia tem ficado cada vez melhor. The Bands of Mourning leva-nos à infância de Wax e Telsin na Terris Village para depois regressar ao presente e ao casamento de Wax com Steris. Quer dizer... ao casamento falhado de Wax e Steris (têm uma oportunidade para adivinhar quem e porquê...). Wax ainda está a tentar lidar com a (segunda) morte de Lessie quando aceita acompanhar Marasi, Wayne e MeLaan na recuperação de um dos espigões de VanDell, um Kandra que procurava as míticas Bands Of Mourning, as mentes metálicas do Lord Ruler. Wax não consegue esquecer o dever e quer, acima de tudo, encontrar a irmã, Telsin, refém do grupo SET. 

Como sempre, o melhor dos livros do Sanderson é a dinâmica entre os personagens. E a estrela deste livro é, surpreendentemente Steris. A Steris que, em determinada altura, decide dar a todos uma pontuação dependendo da sua utilidade... e é das coisas mais tristes que já li.

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A Steris consegue tornar-se numa das melhores personagens deste livro... Já Marasi ainda não se conseguiu impor. Tem algumas passagens interessantes, continuo a conseguir fazer um paralelismo com Elend e começo a achar que será uma daqueles personagens que, por mais que faça, nunca conseguirá dar o salto para o palco principal.

Já Wayne consegue provar, sempre que aparece, porque é que dá nome à série (não esquecer que é The Wax and Wayne series). A visita que faz a Ranette no início do livro é de partir o coração, a amizade dele com Wax é de nos reconstruir o coração que acabou de ser partido e a relação dele com MeLaan é simplesmente m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a (bem a MeLaan é maravilhosa mesmo sem o Wayne). Nestas cenas com ele consigo sempre dar uma gargalhada e ficar com uma lágrima no canto do olho. Sem dúvida, Wayne é das minhas personagens favoritas de todos os livros.

Deixo-vos um pequenino exemplo:

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O final deste livro é o melhor da Era 2. Os diálogos. A conversa de Wax com Deus. Simplesmente perfeita.

E claro deixa-nos com muitas perguntas e uma enorme espera pelo grande final.  

 

 

29
Ago18

Como não me sentir sozinha na minha loucura

Patrícia

Quem me conhece sabe que ando absolutamente viciada em Cosmere e nos livros do Brandon Sanderson e que sou uma chata porque quero muito encontrar gente com quem falar sobre tudo o que se passa naquele universo.

A verdade é que até tenho conhecido algumas pessoas que lêem os livros e com quem vou trocando umas ideias mas a verdade é que são os podcast/canais do YT que me fazem sentir que não estou sozinha nesta loucura. 

Como já ouvi tudo o que o pessoal do Legendarium podcast gravou sobre o Sanderson passei para este The Sandersonian Institute Of Cosmere Studies (na verdade ouço em podcast que não tenho tempo para ver os vídeos). Isto é algo que eu gostava de fazer. Em podcast, claro. 

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20
Ago18

Shadows of Self, de Brandon Sanderson

Patrícia

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Um ano depois da execução de Miles Hundredlives, Marasi continua a apostar da carreira de policia , Wax é uma espécie de Xerife especial (a policia não fica tão mal na fotografia se lhe der carta branca) e Wayne... bem, Wayne é igual a si próprio e uma das personagens mais divertidas que Brandon Sanderson já criou. Claro que, sendo o Brandon Sanderson, isto não significa que lhe falte profundidade ou que ele não nos deixe de coração apertado e à beira da lágrima.

Mas antes de tudo, damos um salto ao passado e acompanhamos Wax, Wayne e Lessie numa aventura e conhecemos como começou a história de Wax e Lassie.

Depois de perseguirem um ladrão de bancos, uma espécie de Robin Hood de Elendel, este trio dá por si a investigar uma grande confusão que culminou com a morte do irmão do governador e de boa parte dos menos recomendáveis da cidade. 

Depois de Alloy of Law, que não me convenceu a 100%, este Shadows of Self fez-me regressar ao mundo de Vin, Kel e Companhia. E voltar a Scadrial é maravilhoso. 

Não é possível nem me apetece escrever sobre este livros sem spoilers e todos sabemos que os leitores deste blog não estão a seguir esta série comigo e que, por isso, poucos chegarão a esta parte... Mas sintam-se avisados: SPOILERS para a trilogia Mistborn Era1, para o Alloy of Law, para o Mistborn Secret History e para este Shadows of Self.

 

Vamos por partes (e teorias minhas)

Wax/Steris/Marasi: não sou fã de triângulos amorosos e, confesso, Steris não me aqueceu nem arrefeceu no Alloy of Law. Mas mudei de ideias. Wax e Marasi não fazem qualquer sentido juntos. A Marasi não é nem pretende ser a Lessie. E Wax não precisa de outra Lessie. Não há qualquer triângulo, há a possibilidade muito real de Steris ser uma personagem muito interessante em Bands of Mourning e talvez fique com o Wax. O Brandon não desilude e continua a não fazer do romance uma questão real. Go Sanderson, é por isso que gostamos tanto de ti.

Marasi: A personagem, para mim, menos conseguida deste livro. Sem grande evolução, simpática, inteligente, é o Elend da Era 2. Se isso for verdade e, à falta da preservation para a tornar Mistborn, talvez haja alguma Hemalurgia a caminho...

Wayne: Ah o Wayne. Não é possível não adorar o Wayne. O que me ri com ele. E quase chorei. A cena na universidade partou-me o coração. A "relação" dele com a Rennette é de ir às lágrimas... de tanto rir. A lealdade e capacidade de sofrimento faz-nos querer ter um amigo como o Wayne. E sim, apeteceu-me bater-lhe com a forma como falou com a Steris... mas acho que ele ainda vai engolir cada palavra. Aliás, já o faz, porque se há coisa que a Steris se recusa a ser é vítima. O título do livro terá muitas interpretações mas uma delas envolverá certamente o Wayne.

MeLaan: Kandra fofinha. E por falar em Wayne... aqueles dois ficam lindamente juntos. Isto é muito macabro para quem não os conhece mas a cena em que Wayne fica ofendido porque a MeLaan disse que os humanos não era saborosos e se ofereceu para le dispensar um bracinho... a sério, só o Sanderson para escrever isto e não ser absolutamente asqueroso.

E por falar em Kandra... Oh, as saudades que eu tinha do Teen Soon. 

E a  jornada do Wax... Oh well, ainda falaremos sobre isso. Mas tiro o chapéu ao Brandon Sanderson. Não estava à espera. Nem um bocadinho.

 

Agora vamos falar sobre religião. Harmony? Harmony? Não é ele, pois não? Não pode ser ele. Provavelmente não deveria ter lido o Mistborn Secret History antes mas a verdade é que li e que isso me fez pensar em todas as incongruencias daquelas conversas... e compreender que só uma pessoa era capaz de arranjar tal confusão. E por falar em Harmony... quem será a nova shard que está em Scadrial? 

Vamos tirar as teimas com o Bands of Mourning...

 

 

15
Jul18

Arcanum Unbounded: The Cosmere Collection: Mistborn Secret History, de Brandon Sanderson

Patrícia

(Spoilers para a Trilogia Mistborn e para este Mistborn Secret History)

 

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Confesso-vos que estava com algum receio de ler este Mistborn Secret History. 

Por um lado, achava que a trilogia inicial Mistborn (Era1) se bastava - e basta - e não me apetecia voltar àquela história e descobrir que afinal o que eu achava ter acontecido não era bem assim (e todos sabemos como na fantasia em geral e o Sanderson em particular nos trocam as voltas). Por outro, fui apanhada por alguns "estragadores" e tinha medo. Muito medo. 

(ainda não leram Mistborn? ide embora. Já. A sério, não deixem que eu vos estrague a série)

(ainda não leram Mistborn Secret History? Vão embora, agora. Se continuarem é por vossa conta e risco)

 

Tinha medo porque regressos não é algo de que goste. Quando um personagem morre, é bom que fique morto e enterrado, que soluções milagrosas de última hora é coisa de que não gosto nem um pouco. Por isso quando ouvi dizer que o Kelsier ainda tinha um papel... bem, fiquei preocupada.

Mas eu deveria confiar no Sanderson e saber que ele sabia  o que estava a fazer. E de facto, o próprio Sazed passa o Hero of Ages a perguntar-se no que há depois da morte... 

E sim, o Kelsier morreu. E, tanto quanto sei, continua morto, podem estar descansados. Mas sendo o Kelsier como é... bem, quem se surpreende por ele não fazer o que é suposto fazer? 

“You,” the man said to Kelsier, “are very bad at doing as you’re supposed to.”

Como disse acima, a trilogia basta-se a si mesma... mas quem quer mergulhar mais fundo em Cosmere tem que ler este Arcanum Unbounded no geral e este Mistborn Scret History em particular. Este livro está escrito para os leitores de Cosmere. E que bom é. 

Tenho a certeza que, nesta primeira leitura, não apanhei metade das pistas, ainda assim em cada página reconhecia situações, explicações. Isto é uma enciclopédia sobre Cosmere. 

Foi muito bom rever o Kelsier e os grandes acontecementos que transformaram o império final. Foi interessante perceber a mão atrás de acontecimentos que, pensando bem, não tinham grande lógica. Foi óptimo preencher lacunas na história que nem sabia que existiam. 

Os momentos com Vin e aquela frase “You have a lot to learn about love, don’t you?” foram perfeitos (e fizeram-me perdoar o Sanderson por ter trazido o Kelsier de volta).

Once, you taught me an important lesson about friendship. I need to return that lesson. A last gift. You need to know, you need to ask. How much of what you’ve done was about love, and how much was about proving something?

Oh e as saudades que eu tinha do Wit? 

How about this?” the Drifter said. “We’ll have an insult battle. Winner gets to ask one question, and the other has to answer truthfully. I’ll start. What’s wet, ugly, and has scars on its arms?

Destroying the Pits, O scarred one. That was the only perpendicularity on this planet with any reasonable ease of access. This one is very dangerous, growing more so by the minute, and difficult to find. By doing as you did, you basically ended traffic through Scadrial. Upended an entire mercantile ecosystem, which I’ll admit was fun to watch.”

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08
Jul18

Arcanum Unbounded: The Cosmere Collection: The Eleventh Metal, de Brandon Sanderson

Patrícia

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(spoilers para a série Mistborn)

 

Quem leu o Império Final sabe que o Kelsier espera que o 11º Metal ajudasse o bando a depor o Lord Ruler. Deve também lembrar-se que lhe perguntaram várias vezes onde tinha ouvido as histórias que o levavam a ter essa esperança.

 

Com este "The Eleventh Metal" o Brandon Sanderson, dá-nos um rebuçado e conta-nos precisamente essa história. 

Para além de sabermos onde encontrou o Kersier um metal que lhe desse tamanha esperança (e todos sabemos como isso acabou, não é?) acompanhamo-lo numa parte do seu treino enquanto Mistborn. 

Após se ter tornado Mistborn nos Pits of Hathsin e ainda quebrado pela traição de Mare e por todos os acontecimentos nos Pits, Kelsier está no início da sua jornada para se tornar naquele que conhecemos no primeiro livro da trilogia inicial. 

 

“No,” Gemmel muttered. “No, I like him. He almost never complains. The other three complained all the time. This one is strong. No. Not strong enough. No. Not yet. He’ll learn.” Behind Gemmel was a pair of lumps on the wall top. Dead guards, leaking trails of blood along the stones. The blood was black in the night. The mists seemed … afraid of Gemmel, somehow. They didn’t spin about him as they did other Allomancers.”

 

“He looked at Kelsier, imperious. And Kelsier found himself smiling. Really smiling, for the first time since the Pits. Since the betrayal.”

 

Excerpt From: Brandon Sanderson. “Arcanum Unbounded: The Cosmere Collection.”

 

A colectânea Arcanum Unbounded é um presente precioso para os leitores de Sanderson que se interessam por Cosmere.

 

“Once I wrote The Bands of Mourning, it became clear to me that I’d need to get an explanation to readers out sooner rather than later. This set me to working on the story more diligently. In the end, I’m very pleased with how it turned out. It is a little disjointed, as I worried. However, the chance to finally talk about some of the behind-the-scenes stories going on in the Cosmere was very rewarding, both for myself and for fans.”

Excerpt From: Brandon Sanderson. “Arcanum Unbounded: The Cosmere Collection.” 

Através de vários contos ou novelas o autor fala-nos de Cosmere, conta-nos a história que está atrás da história, responde-nos a perguntas que não sabíamos que tínhamos. 

Acho que este livro só interessa àqueles que pretendem mergulhar mais fundo nas obras do BS. Não é necessário conhecer nada sobre Cosmere para gostar da trilogia Mistborn (ou de qualquer outro dos seus livros)... é simplesmente muito mais interessante ler Mistborn sabendo mais algumas coisas sobre Cosmere. E este Arcanum Umbounded é uma enciclopédia sobre Cosmere.... e eu estou a adorar!

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15
Mai18

Elantris, de Brandon Sanderson

Patrícia

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Tal como vos disse aqui, este é o primeiro livro do Brandon Sanderson. E que bom é.

 

Elantris é um livro de fantasia (esperem, não fujam já). Elantris não é só um livro de fantasia. É um livro de intriga política e religiosa. É um livro que tem uma história brutal, um mundo bem conseguido e personagens interessantes. É um livro que nos faz reflectir, questionar o mundo em que vivemos.

O mundo criado por Brandon Sanderson (Sel) está muito bem construido. O sistema de magia, baseado na linguagem é coerente, interessante e com um potencial enorme (talvez pouco aproveitado mas como há algumas novelas passadas em Sel e a promessa de outras histórias em Elantris, tenho para mim que ainda vou aprender bastante sobre Aons). A ligação a Cosmere não é óbvia mas este é o primeiro livro do universo. A presença do Hoid é rápida mas não acrescenta nada. Foi talvez o que mais me desiludiu no livro.

A intriga política tem uma forte presença neste livro. Sarene, que foi uma das responsáveis pela diplomacia do seu reino, não esconde deste o início que gosta do jogo político. Os seus motivos são puros (isso nunca está em causa) mas é óbvio que a política lhe está no sangue, que é uma líder nata e é através dos seus olhos que mergulhamos no sistema político e ditatorial de Kae, onde o capitalismo é rei e senhor, onde a posição social é apenas ditada pela riqueza. Pelos olhos de Raoden vemos como se constrói, organiza e põe a funcionar uma sociedade onde o valor de todos é igual e cada qual dá o melhor de si. E vemos como ambas colidem, como são antagónicas e como, por vezes, se complementam. 

Também em relação à religião temos várias vertentes, para todos os gostos. Tal como no nosso mundo, religião, fé e política misturam-se. E, tal como no nosso mundo, quando isso acontece... bem todos nós sabemos o que acontece, não é?

A literatura permite-nos reflectir sobre deus e crises de fé de uma maneira fantástica e o autor é exímio a levantar questões.

O desenvolvimento das personagens são um dos pontos fortes do Sanderson. Elantris, sendo um primeiro livro, não é excepção. Apesar de alguns elementos da "jornada do herói" serem óbvios neste livro (e na verdade não há como, na fantasia, fugir muito a esta estrutura básica)  - e aqui inserem-se os "maus da fita", vilão e anti-herói) é nos heróis que o livro ganha a batalha. Há quem considere exactamente o contrário e considere o Raoden e a Sarene como personagens planas, uma vez que não há um crescimento notável ao longo do livro. Verdade, Raoden e Sarene são coerentes e consistentes ao longo de todo o livro... porque me parece que para o autor era mais importante o que aqueles personagens conseguiam fazer, a mudança que conseguiam trazer ao mundo do que a sua própria transformação. E isso é o mais espectacular de tudo. Isso e o romance não ser, de todo, uma parte fundamental do livro. 

Se vale a pena ler? Claro.

Ainda voltarei a Elantris...

 

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