09
Jun15
Perguntem a Sarah Gross, de João Pinto Coelho
Patrícia
A Márcia já me tinha avisado. Ainda assim não estava preparada para gostar tanto de um livro.
E quem não leu, vá ler. Não leia mais aqui. Não há spoilers mas aproveite a leitura sem saber nada, sem criar expectativas. Desconfio que isso não vai ser possível por muito mais tempo.
“Perguntem a Sarah Gross” que, como diz a editora Maria Do Rosário Pedreira no seu Horas Extraordinárias, é um dos mais internacionais livros publicados em Portugal. Generalizo a frase da editora porque concordo. Desejo a este livro o maior dos sucessos, Nacional e Internacional.
Comecemos pela parte que me fez hesitar quando decidi ler este livro e que é, na minha opinião, a parte menos surpreendente do livro. O Holocausto não é novidade e há quem já se recuse a ler mais sobre o assunto. Eu confesso que nem sempre me apetece fazê-lo. Ler sobre o holocausto é acrescentar cicatrizes à alma, é horrorizar-me outra e outra vez, é perder mais um bocadinho de fé e de esperança na humanidade. E às vezes não me apetece. E sim, neste livro há capítulos que nos fazem ficar com coração pequenino. E sim, é importante para a história. Acima de tudo essa parte está bem contada, não nos poupa a nada e ainda assim consegue fazer-nos sentir que estamos a ler tudo pela primeira vez… com tudo o que de bom e mau isso tem.
Mas não foi essa parte que me agarrou. Fiquei presa a esta história nas primeiras páginas. Fiquei rendida a todas as vozes e a todos os tempos. Fui-me deixando enredar na história e, desta vez, fui totalmente surpreendida. Não tive tempo para reflectir durante a leitura do livro. Li compulsivamente, o que não deixa de ser injusto porque a ânsia de conhecer o segredo de Kimberly e a história de Sarah não me deixou analisar pessoas e situações.
Isto porque este livro é muito mais do que apenas (mais) uma história do Holocausto. Tão, mas tão mais.
(O ebook custou-me 10,79€, foram os mais bem gastos desde que comecei a comprar livros electrónicos. Só tenho pena de não ter o livro autografado pelo escritor, acho que vou levar um marcador da "Roda dos livros" e pedir-me para mo assinar mesmo assim)